A auxiliar administrativa Ana Carolina Souza, 23, costuma tomar menos de dois copos de água por dia. Ela substitui a bebida por outras, como sucos e refrigerantes. “A água é sempre a última opção. Se eu abro a geladeira e tem suco ou refrigerante, prefiro”, revela.
Não é difícil encontrar pessoas que, assim como Ana Carolina, ignoram a recomendação de ingestão diária de água, partilhada por especialistas da saúde, de aproximadamente dois litros. E, segundo a professora Simone de Vasconcelos Generoso, do curso de nutrição da UFMG, a água é insubstituível. “Um erro muito comum é trocar a água por isotônicos. Eles são ricos em sódio e potássio, além de serem muito calóricos. Sucos e refrigerantes também contêm calorias, então não podem ser consumidos em excesso”, alerta.
A especialista afirma que também não adianta tentar trocar água por chás, muito menos por bebidas alcoólicas. “Os chás de ervas – camomila, erva-doce ou cidreira – não teriam problema, mas chás como o mate, preto e verde têm cafeína e não podem substituir totalmente a água. Já as bebidas alcoólicas são diuréticas, então, a pessoa urina muito mais do que bebeu”.
O mau hábito acaba rendendo a Ana Carolina visitas periódicas ao médico. “Tenho três ou quatro infecções urinárias por ano, e o médico já me falou que é por falta de água”, afirma. Mas nem assim ela consegue se corrigir. “Quando sinto que vou ter infecção de novo, começo a beber água. Mas é só parar de doer que eu volto ao meu normal”, diz.
Além das infecções urinárias, a desidratação tem outras consequências graves para o organismo, especialmente no período de altas temperaturas.
“A água evita que a pessoa tenha aumento de sódio e outros solutos no sangue. Em casos mais extremos, a desidratação severa pode culminar na morte, principalmente em crianças e idosos. A falta de água no organismo também pode levar à formação de cálculo renal, prisão de ventre e a desmaios, principalmente quando a pessoa se levanta muito rápido”, relata a médica Marta Sarquis, professora de endocrinologia e clínica geral da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Saborzinho
“Água não tem gosto, né!”, reclama Ana Carolina. Para quem também não gosta da falta de sabor da bebida, uma boa opção são as águas saborizadas. “A pessoa pode colocar casca de limão, cravo, casca do abacaxi e outros ingredientes na garrafa de água para dar um saborzinho”, sugere.
Outra ajuda vem das frutas e dos vegetais de uma forma geral. Nesses dias mais quentes, o melhor é preferir alimentos com mais água em sua composição. “Melancia, melão, laranja, abacaxi, pepino, tomate, chuchu e alface são alimentos que contêm muita água e ajudam na hidratação”, afirma Simone.
Os alimentos que contêm mais água
Frutas:
Melancia – 92%
Melão – 90%
Morango – 90%
Abacaxi – 87%
Laranja – 87%
Goiaba – 86%
Maçã – 86%
Uva – 81%
Banana – 74%
Legumes e verduras:
Alface – 95%
Aipo (ou salsão) – 95%
Chuchu – 95%
Pepino – 95%
Rabanete – 95%
Nabo – 94%
Tomate – 94%
Couve-flor – 92%
Cenoura – 86%