Mosquitos que combatem a dengue começam a ser soltos em larga escala

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A Fundação Oswaldo Cruz iniciou hoje a liberação em grande escala de mosquitos Aedes aegypti com a presença de uma bacteria que diminui significativamente a capacidade de transmissão dos vírus da dengue, Zika e chikungunya.

O projeto Eliminar a Dengue Desafio Brasil extima que até 2018 a população de mosquitos com a bactéria wolbachia seja de 2 milhões e meio de habitantes e substitua parte dos insetos que transmitem os vírus.

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nisia Trindade, destacou que se espera a redução de casos das doenças em três anos.

Segundo a Fiocruz, os mosquitos serão soltos inicialmente em dez bairros da Ilha do Governador, depois haverá a expansão para outras localidades nas regiões norte e sul da cidade.

O método é considerado natural porque não mata os mosquitos e não inclui nenhuma modificação genética. O Aedes é infectado pela bactéria, e a espécie fêmea, ao cruzar com outros mosquitos, transmite a wolbachia para as gerações futuras. Dessa forma, se substitui gradativamente os mosquitos que transmitem o vírus da dengue, Zika e chicungunya por essa linhagem inofensiva.

A Fiocruz anunciou também a entrada em funcionamento de uma nova estrutura capaz de produzir até 3 milhões de ovos por semana do mosquito que não oferece risco à população.

O projeto é uma iniciativa internacional que reúne esforços de governos e instituições de pesquisa, como a Universidade Monash, na Inglaterra, sede do programa. As investigações sobre essa técnica começaram em 2005 e atualmente estão em diferentes fases de desenvolvimento na Austrália, Colômbia, Índia, Indonésia e Vietnã. Segundo os pesquisadores, em várias localidades, a transmissão do vírus foi interrompida.

No Brasil, os projetos pilotos foram iniciados em 2014, no bairro de Tubiacanga, na Ilha do Governador, e Jurujuba, em Niterói, com resultados positivos.

Radioagência Nacional

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