Os aplicativos escolhidos foram o Tinder, que tem público de todas as orientações sexuais, e o Hornet, usado principalmente por homens que fazem sexo com outros homens.
“Precisamos chegar ao público jovem, tanto o heterossexual quanto o homossexual, em uma linguagem direta, informativa e esclarecedora, que convoque os adolescentes e jovens a fazerem sexo com segurança”, disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro, ao participar hoje (9) da divulgação da campanha de prevenção às DSTs/Aids, na quadra da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, na zona norte do Rio.
Cinco perfis foram criados nos aplicativos, três de homens e dois de mulheres. Na descrição, os usuários fake, como são chamados na linguagem dos internautas, se declaram dispostos a sexo “sem camisinha e sem frescura”, o que atraiu outros usuários dos aplicativos. Quando os usuários interagiam, no entanto, o perfil se declarava falso e alertava para a necessidade de não abrir mão do sexo seguro.
O ministro destacou que a campanha faz parte de um conjunto de novas estratégias para combater o avanço da epidemia de Aids. Desde 1º de dezembro, o ministério adotou uma política de também encarar como prevenção a execução de testes rápidos e o tratamento imediato assim que a presença do vírus é detectada.
“O tratamento também passa a ser prevenção”, disse o ministro, ao explicar que quando um soropositivo é diagnosticado e tratado, a transmissão do vírus é interrompida no momento em que a carga viral fica indetectável no sangue.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro também lançou hoje (9) sua campanha de prevenção às DSTs, em parceria com a Coordenadoria Especial de Diversidade Sexual (Ceds) da Prefeitura do Rio. Com o título de “A Aids não tem cara e não tem cura – use camisinha”, os órgãos querem conscientizar a população de que não existem grupos de risco, e, sim, comportamentos de risco, como deixar de usar a camisinha em relações sexuais.
“Isso nos fez muito mal, e pessoas deixaram de se prevenir por se achar fora do grupo de risco, pensando, ‘eu não sou gay, e não uso drogas, então, não preciso me prevenir'”, disse o coordenador da Ceds, Carlos Tufvesson.
O coordenador alertou a população para a necessidade de fazer a profilaxia pós-exposição em caso de exposição à situações de risco. Em caso de sexo sem camisinha ou quando a camisinha estourar, é possível conter a infecção pelo vírus HIV procurando com urgência uma unidade de saúde e iniciando o tratamento com antiretrovirais, que dura cerca de um mês. Além disso, Tufvesson recomendou fazer o teste para HIV com regularidade semestral para qualquer pessoa com vida sexualmente ativa: “A prevenção é responsabilidade de cada um”. Agência Brasil