Rio de Janeiro – Dentro de cinco anos, o Brasil começará a produzir o medicamento Atazanavir, utilizado no coquetel antiaids. Até lá, os pesquisadores do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vão aprender a tecnologia para a produção do remédio com pesquisadores do laboratório americano Bristol-Myers Squibb, detentor da patente. O acordo para a transferência de tecnologia foi assinado hoje (11) na sede da Fiocruz.
O diretor do Farmanguinhos, Hayne Felipe, explicou que o laboratório americano tem o domínio da patente do Atazanavir até 2017, quando também termina o acordo com a Fiocruz. Nestes cinco anos, o laboratório Bristol concederá uma licença para que Farmanguinhos produza o remédio com identidade própria. “No final da parceria, estaremos aptos a começar a produzir o medicamento, pois temos capacidade instalada para absorver a produção desse remédio que é usado por cerca de 43 mil pacientes no Brasil”, disse Felipe.
A parceria faz parte da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do governo federal, para o fortalecimento da indústria farmoquímica nacional. “Além de contribuir para melhorar a assistência aos pacientes brasileiros, essa iniciativa busca dotar o Brasil de uma indústria farmoquímica mais forte, de uma maior soberania na produção dos antirretrovirais”, acrescentou Felipe.
Atualmente, Farmanguinhos, que é a unidade técnico-científica da Fiocruz, produz cinco medicamentos antirretrovirais para o tratamento da aids. Segundo dados do Ministério da Saúde, de 1980 a junho de 2010, havia 592.914 casos da doença registrados no país.
Agência Brasil