Criada em 2009, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra ainda não conseguiu ser implementada em sua totalidade e muitos negros não a conhecem. É o que afirma a professora da área de saúde da Universidade Federal da Bahia Rachel Souza. Para ela, o Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra, comemorado hoje (27), tem o objetivo de mostrar à sociedade que as desigualdades raciais na área ainda persistem.
Rachel disse que o Sistema Único de Saúde (SUS) não atende toda a população, especialmente os negros. “Temos que lutar pelo direito à saúde, esse é um direito constitucional, temos que lutar para que essa política nacional, assim como o SUS, seja implementada efetivamente”, afirmou.
A professora ressaltou que as mulheres negras e seus filhos são a parcela da população que mais sofre com a falta de acesso ao sistema de saúde. “Não há como dizer que todas as mulheres negras conhecem a política nacional, por isso o dia de mobilização para divulgar ainda mais a importância de incorporar essa discussão sobre o racismo e a discriminação no acesso à saúde”, disse hoje em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
No Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra, movimentos sociais, em parceria com gestores municipais e estaduais promovem, em todo o país, rodas de conversa, seminários, caminhadas, encontros e atividades culturais.
Com o slogan Saúde da População Negra é Direito, é Lei – Racismo e Discriminação Fazem Mal à Saúde, a campanha de mobilização foi criada para informar a população negra sobre os seus direitos e ampliar o debate com a sociedade em geral.
A mobilização começou no dia 20 de outubro e segue até 20 de novembro. Mais de 40 cidades participam da agenda em todo o Brasil.