O diretor administrativo da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, Dante Mário Longhi Júnior, disse que se o teste NAT (a sigla em inglês para Teste de Ácido Nucleico) fosse obrigatório no país, o risco de infecções contraídas por meio de transfusões de sangue diminuiria em até 20 vezes.
O teste NAT brasileiro é uma das inovações tecnológicas que estão sendo desenvolvidas para o combate às doenças retrovirais. A implementação gradual é feita pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação da Política de Sangue. O procedimento serve para detectar o HIV e HCV (hepatite C), além de ampliar a segurança nos serviços de hemoterapia no Brasil.
Ele manifestou preocupação com a demora na adoção do teste, que ocorre devido ao custo significativo. “Não podemos, devido à justificativa econômica, deixar de garantir a maior segurança possível na transfusão realizada no Brasil. Os órgãos governamentais defendem a ideia de que esse teste tem custo relativamente elevado e que o Brasil está desenvolvendo um produto nacional. É pertinente, mas o Brasil deveria adotar esses testes que já existem no mercado e, só depois, desenvolver o nacional”, disse em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
Dante Longhi disse que o país está no sentido inverso. “Temos que tratar como prioridade a segurança nas transfusões e só então buscar novas opções, economicamente viáveis”, acrescentou.
Segundo ele, diversos estudos demonstram a segurança maior com a utilização do teste NAT, entre eles, um do Hospital das Clinicas, da Universidade de São Paulo.
“A transfusão de sangue é segura no Brasil, mas ainda deixa a desejar. O teste aumenta a segurança da transfusão, pois investiga a presença de alguns agentes infecciosos como, por exemplo, o HIV e os vírus da hepatite C e B, o que faz uma triagem do sangue que vai ser doado”. Se o sangue tiver material genético de algum desses vírus, ele é desprezado.
Agencia Brasil