Até agora 249 votos contra 86 não A presidente Dilma Rousseff assiste à votação na biblioteca do Palácio do Planalto. Ela está acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros e governadores petistas.
Os deputados da base aliada do governo de Dilma Rousseff começam a admitir que a votação do impeachment na Câmara deve ser favorável ao impedimento. Até as 21h28 da noite deste domingo (17), havia mais de 264 votos favoráveis ao impeachment — são necessários 342. O placar de votos contrários ao impeachment era de 94 neste horário — o governo precisa de 172 para barrar o impedimento.
“O que aconteceu foi o chamado efeito manada. Quando chegamos no Estado do Paraná, e alguns partidos como PMDB, PP e PR não cumpriram a palavra que tinham empenhado conosco, isso projetou uma derrota do governo”, disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). “Dificilmente haverá uma reversão desse resultado”, acrescentou.
“Decepção”, resumiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o voto favorável ao impeachment do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR-AM). Para o governo, o parlamentar votou movido pela vingança por ter sido exonerado por Dilma em 2011.
As traições no PSD também frustraram a equipe da presidente, que culpou os presidentes nacionais do partido, Gilberto Kassab, e do PP, Ciro Nogueira, pela derrota. No Palácio da Alvorada, a presidente reagiu aos discursos de alguns parlamentares favoráveis ao impeachment. “”Como é que alguém consegue falar que quer acabar com a corrupção olhando para o Eduardo Cunha?”, questionou.
No cafezinho do plenário, o clima entre petistas é de desânimo total. Parte deles já admite que a vitória é quase impossível.
Em São Paulo, os defensores do impeachment se concentram na av. Paulista; os contrários, no vale do Anhangabaú. Em Brasília, uma barreira divide as duas torcidas na Esplanada.