A consulta popular que pode decidir pela divisão do território do Sudão em dois países terminou no sábado (15). O resultado deve ser homologado, no máximo, em 15 de fevereiro. Até lá, haverá a apuração das cédulas de papel e um período para eventuais reclamações.
O processo de votação durou uma semana e foi aprovado por mais de mil observadores internacionais que acompanharam a votação. Ele era aguardado desde 2005, quando foi firmado o acordo de paz que pôs fim à guerra civil de 23 anos no país. Apesar dos elogios, a votação não foi totalmente pacífica: pelo menos 35 pessoas morreram em confrontos na região de fronteira.
Somente sudaneses nascidos no Sul podiam votar. A região é majoritariamente cristã, enquanto o Norte é muçulmano. Além disso, é lá que ficam as maiores reservas de petróleo do país.
Em várias ocasiões, o presidente Omar Al Bashir disse que o governo aceitará e seguirá qualquer que seja o resultado. A afirmação é vista com ceticismo por analistas internacionais.
Para o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, um dos observadores internacionais, é “altamente provável” que vença a proposta de independência do sul do país. Em entrevista em Cartum, capital sudanesa, ele disse esperar que os partidos do Sul e do Norte unam-se em conversações para “preparar as modificações na Constituição”.
Caso se confirme a vitória da proposta de separação, o novo país será criado em 9 de julho deste ano e nascerá como um dos mais pobres do mundo. Hoje em dia, mais da metade de seus quase 9 milhões de habitantes sobrevivem com menos de US$ 1 por dia de renda média. O índice de analfabetismo ultrapassa os 70%. O Sudão do Sul surgiria com o tamanho do estado de Minas Gerais e com capital na cidade de Juba.
Agencia Brasil