A notícia de que dados cadastrais de Alexandre Bourgeois, genro do candidato do PSDB à Presidência, José Serra,também foram acessados por servidores da Receita Federal, aumentou o fogo cruzado entre tucanos, que apontam motivação política no ato, e petistas, que negam qualquer envolvimento com o caso.
O Ministério da Fazenda informou nesta quarta-feira (8) que houve acesso aos dados de Bourgeois, que é empresário, mas reiterou que não se trata de uma quebra de sigilo fiscal, como ocorreu com sua mulher, Verônica Serra – filha do presidenciável – e demais pessoas ligadas ao PSDB.
Ontem, referindo-se ao tema, o próprio Serra classificou o acesso aos dados fiscais de seu genro como um “trabalho de quadrilha”. Além disso, voltou a vincular o PT ao episódio.
– Estou indignado porque invadiram a vida da minha filha, agora do meu genro, o que significa invadir a vida dos meus netos. Eles estão sendo agredidos pela máquina oficial em nome de uma campanha; querem prejudicá-los para prejudicar a minha campanha eleitoral.
O senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB e coordenador da campanha tucana, reforçou o coro de ataques ao PT e acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “ignorar” o caso para “blindar” sua candidata ao Planalto, Dilma Rousseff.
– É inconcebível que um presidente aja dessa forma. O discurso do Lula subestima a sociedade inteira. O discurso do Lula, primeiro, é mentiroso. E, segundo, é irresponsável.
O presidente do PSDB voltou a criticar a omissão de Dilma diante dos fatos e repudiou a declaração de Lula no horário eleitoral de ontem. Na propaganda eleitoral do PT de terça (7), Lula disse que Serra parte para ataques pessoais e “baixa o nível” da campanha ao dizer que Dilma está ligada ao caso da quebra de sigilo de tucanos.
– Ontem foi o limite. Não respeitar a mulher dele [do Serra], a filha dele, o genro dele, e amigos nossos é inconcebível. O presidente aceita passivamente a quebra de sigilo.
Dilma, por sua vez, negou que tenha escalado o presidente Lula em seu programa eleitoral para responder às críticas de Serra. Questionada, durante entrevista coletiva concedida no aeroporto de Brasília, se o presidente havia falado por ela sobre os ataques de Serra, Dilma garantiu que “Lula falou por ele”.
– O presidente é um líder. Ele falou por ele e falou pelo partido. As duas falas [minha e dele] surtem muito efeito.