Brasília – Os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Álvaro Dias (PSDB-PR) apresentaram hoje (12) requerimento de convite para João Augusto Henriques, ex-diretor da BR Distribuidora, prestar esclarecimentos em relação às denúncias feitas por ele e veiculadas na revista Época desta semana sobre um esquema de desvio de recursos na Petrobras, à qual é ligada a BR Distribuidora.
Os senadores querem que Henriques vá à Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle do Senado para dar detalhes sobre as denúncias. De acordo com a reportagem da Época, o esquema de corrupção abastecia parlamentares, partidos políticos e campanhas eleitorais.
“O STF [Supremo Tribunal Federal] condenou o mensalão, mas essa reportagem demonstra que o mensalão está vivo – e está presente na vida do atual governo. E nós precisamos ouvir o denunciante para esclarecer todos esses fatos”, disse Álvaro Dias ao apresentar o requerimento na comissão.
O senador Aloysio Nunes, que lidera a bancada do PSDB no Senado, entende que, a partir das denúncias de João Auguso Henriques, o Congresso pode tomar a iniciativa de fazer uma investigação própria. Um requerimento para instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre a Petrobras já foi apresentado na Câmara com número de assinaturas exigido regimentalmente. No entanto, como existem mais 23 pedidos de criação de CPIs na Casa, a investigação está aguardando na fila e não há previsão de instalação.
Nunes cobrou do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que dê prosseguimento ao pedido de criação da CPI da Petrobras e providencie a instalação da comissão. “Já existe na Câmara dos Deputados um requerimento de CPI com o número de assinaturas suficientes para sua instalação. Lá esse documento já está pronto, é só instalar. Depende do presidente da Câmara”, disse.
O líder do PT, senador Wellington Dias (PT-PI), disse que é preciso ter cuidado para que essas convocações não coloquem em risco os negócios da Petrobras e para que as comissões do Senado não passem a ser usadas como instrumento político. Dias lembrou que recentemente foram ouvidos o ex-presidente da empresa José Sergio Gabrielli e a atual presidenta, Graça Foster, que esclareceram diversos negócios feitos pela Petrobras. “O que [nós queremos evitar é que se tenha aqui um processo em que basta que saia na imprensa para que se tenha audiências. É preciso fatos concretos”, disse o líder petista.
A próxima reunião da CMA está marcada para amanhã (13), quando o requerimento de convite ao ex-diretor da BR Distribuidora deve ser lido e votado. Como se trata de convite, se o requerimento for aprovado, João Augusto Henriques não será obrigado a comparecer.
da Agência Brasil