O chefe da junta militar que comandará o processo de transição política no Egito é o atual ministro da Defesa, marechal Tantawi, de 79 anos. Tantawi ainda não se manifestou nem informou quem integrará seu grupo.
O embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantonio Neto, disse à Agência Brasil que há uma “grande expectativa” sobre o futuro do país. Ele disse que a oposição está reunida para definir as negociações com o governo de transição.
Melantonio Neto afirmou que não é possível afirmar se o próximo governo seguirá os princípios de democracia do mundo ocidental. “É impossível fazer qualquer prognóstico. O que a oposição espera é que sejam realizadas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte que irá modificar a atual Constituição. Em seguida, devem ocorrer as eleições presidenciais”, explicou.
O embaixador afirmou que o processo de abertura democrática dependerá dos próximos acontecimentos no país. Segundo ele, a sociedade egípcia e as autoridades estrangeiras aguardam o detalhamento sobre as providências que serão tomadas pela junta militar.
Para Melantonio Neto, está descartada a hipótese de um governo religioso assumir o poder no Egito. De acordo com ele, o principal grupo oposicionista religioso, a Irmandade Islâmica informou que não apresentará candidato próprio e, sim, apoiará um nome de consenso da oposição. O embaixador disse que os religiosos têm, no máximo, 30% do total de votos da oposição.
Em casos de governos de transição, como agora no Egito, a orientação, conforme Melantonio Neto, é para manter as atividades diplomáticas no país. Ele disse que a Embaixada do Brasil no Egito priorizou o atendimento consular – a assistência a brasileiros que vivem no país, a turistas em viagem e a jornalistas – e o acompanhamento da evolução dos acontecimentos.
O embaixador contou que se mantém em contato com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, a espera de orientações. Ainda hoje, o Ministério das Relações Exteriores divulgará nota em manifestação às renúncias do ex-presidente egípcio, Hosni Mubvarak, e do vice-presidente, Omar Suleiman.
Agência Brasil