A manutenção dos equipamentos esportivos do Parque de Deodoro após os Jogos Rio 2016 custará ao governo federal R$ 46 milhões por ano. O valor foi calculado pelos ministérios do Esporte e da Defesa. Segundo o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, este será o único investimento direto que o governo federal terá na manutenção de equipamentos esportivos, construídos para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
“Será uma parceria do Ministério do Esporte com o Exército brasileiro, com as Forças Armadas, para o desenvolvimento das atividades esportivas dessas instalações. Buscamos no Centro Olímpico de Deodoro não só fazer a manutenção dessas áreas, mas otimizar o uso esportivo dos equipamentos no pós-jogos”, afirmou hoje (4) Leonardo Picciani, durante entrevista no Rio Media Center, na Cidade Nova, região central da cidade.
O ministro informou que a Rede Nacional de Treinamento (RNT) será o programa carro-chefe do ministério, que vai integrar equipamentos esportivos em todo o país e promover o desenvolvimento de atletas até que atinjam o patamar de alto rendimento.
Concessão
Segundo ele, por isso os repasses de recursos da pasta estarão prioritariamente vinculados a projetos realizados dentro das instalações dos equipamentos da RNT, definida e publicada em 20 de julho. De acordo com o ministro, a ideia é otimizar os recursos neste modelo.
“Nos equipamentos do Parque Olímpico da Barra e da prefeitura, o ministério não terá nenhum aporte de recursos para manutenção, mas, na medida em que possam aderir à Rede Nacional de Treinamento, o ministério custeará o funcionamento das modalidades esportivas para fomento das atividades nessas áreas, como já ocorre no restante do Brasil.”
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que quatro empresas demonstraram interesse em conhecer o processo de concessão administrativa de readequação, gestão, operação e manutenção do Parque Olímpico da Barra, que foi determinado no edital de Parceria Público Privada (PPP), lançado no dia 30 de junho.
Contraprestação
Ainda assim, para o prefeito, isso não significa que elas já tenham decidido disputar a licitação, que deveria ser publicada hoje, mas ficou para o fim do mês. Ao município caberá o custo de R$ 13 milhões por ano na manutenção da área. “Isso é típica característica de uma PPP. Tem sempre uma contraprestação pública em valor bastante baixo para manutenção de um equipamento com aquelas características”, destacou Eduardo Paes.
O prefeito acrescentou que a Arena Carioca 1, onde serão realizados os jogos de basquete, representará a de maior valor econômico para a PPP. O local pode abrigar atividades de esporte de alto rendimento e também uma casa de shows. Já a Arena Carioca 2 será exclusiva para treinamento de alto rendimento brasileiro, em uma parceria entre o Ministério do Esporte com o Comitê Olímpico do Brasil (COB).
A grande transformação ocorrerá na Arena Carioca 3, que passará a ser o Ginásio Experimental Olímpico, uma escola para mil alunos em horário integral. “É uma obra simples. Pretendo, se for possível, terminar com essa obra. Antes do meu mandato terminar, gostaria muito de inaugurar a obra até o fim de 2016.”
Parque aquático
A Arena do Futuro já foi construída para se transformar em quatro escolas municipais. Segundo o prefeito, o custo de desmontagem do material da arena, que será utilizado para construção das escolas, foi descontado do valor da obra do equipamento esportivo.
“Retiramos e estamos colocando nessa PPP para garantir que, independente de quem venha assumir a prefeitura no ano que vem, a desmontagem e construção das escolas de fato aconteça independente da agenda política ou não. Serão quatro escolas, três na região de Jacarepaguá e uma em São Cristóvão, com capacidade para 500 alunos cada”, revelou.
Com a estrutura do estádio aquático serão construídos dois ginásios. Um ficará no Parque Madureira, na zona norte, e outro em Campo Grande, na zona oeste. Já o Parque Aquático Maria Lenk permanecerá cedido ao COB. A ideia é que os alunos do Ginásio Experimental possam utilizar o local para aulas de natação.
Autódromo Deodoro
Picciani acrescentou que, embora a construção do autódromo de Deodoro esteja prevista no Orçamento da União para este ano, os recursos foram contingenciados, mas estarão incluídos na proposta orçamentária do ano que vem.
O ministro explicou que haverá um estudo de viabilidade, porque, no local previsto para instalação do autódromo, por ser área militar e de artefatos explosivos, foi preciso fazer um trabalho de descontaminação.
A intenção é construir o autódromo, mas é preciso fazer o estudo de viabilidade e ter os recursos para sua construção. Só iniciaremos a obra no momento em que tivermos todos os estudos e projetos executivos prontos, todas as licenças e a garantia de recursos para fazer a obra do início ao fim”, concluiu.