O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu há pouco na Câmara dos Deputados a elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automotivo. Segundo o ministro, após a medida, houve uma expressiva elevação nos anúncios de investimentos estrangeiros do setor para os próximos anos, uma vez que os carros produzidos no país estão sendo beneficiados por um abatimento de 30 pontos percentuais no valor do IPI.
“Isso só ocorreu devido à ação do governo. Se não tomássemos essa medida, não haveria isso. [Os investimentos] iam para onde eles estão manipulando câmbio e taxas. Estamos preservando o emprego no país”, disse Mantega.
Segundo ele, está havendo um “vale-tudo” no mercado automotivo internacional e era preciso fortalecer a indústria internamente. “Existem subsídios disfarçados que o Brasil, que a OMC [Organização Mundial do Comércio] não conseguem identificar. É um vale-tudo. Se o Brasil quiser exportar carros para o Japão, para a Coreia há uma dificuldade muito grande. Não poderíamos deixar nosso setor automobilístico se deteriorar. Foi por causa disso que decidimos tomar uma medida forte. Foi plenamente bem-sucedida.”
De acordo com Mantega, devido à crise na Europa e nos Estados Unidos, tem havido uma diminuição nas exportações dos produtos manufaturados e isso tem provocado um déficit nas transações comerciais brasileiras. “O Brasil exporta US$ 90 bilhões e está importando US$ 177 bilhões. Antes, havia um equilíbrio, mas as importações começaram a crescer e hoje temos um déficit de manufaturados que chega a US$ 86 bilhões, principalmente no setor automotivo.”
Agência Brasil