Líder do PSDB vai levar denúncia contra Sarney ao Ministério Público e ao TCU

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virgilioO líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), anunciou nesta quinta-feira (9) que vai pedir ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investiguem a denúncia feita pelo jornal “O Estado de São Paulo” de que a Fundação José Sarney teria desviado recursos da Petrobras para empresas fantasmas e outras da própria família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Virgílio fará um discurso sobre a decisão por volta das 16h, no plenário do Senado.

“Vou formalizar uma denúncia ao Ministério Público e ao TCU para que apure essas denúncias. Farei a comunicação da minha decisão ao plenário nesta tarde”, afirmou Virgílio.

Reportagem publicada nesta quinta pelo jornal “O Estado de São Paulo”, mostra que a fundação José Sarney – entidade privada instituída pelo presidente do senado para manter um museu com o acervo do período em que foi presidente da República – teria desviado para as empresas fantasmas e outras da família do próprio parlamentar dinheiro da Petrobras, repassado em forma de patrocínio, para um projeto cultural que nunca saiu do papel.
O líder tucano também afirmou que vai levar o caso ao Conselho de Ética do Senado, que teve os membros indicados nesta quarta-feira (8). “E também vou levar essa denúncia para a CPI da Petrobras. Com todas essas evidências, se eles (a base governista) não deixarem investigar. Parabéns para eles”, afirmou Virgílio.

Na manhã desta quinta, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), divulgou uma nota oficial de cinco linhas respondendo à denúncia feita pelo jornal. No texto, Sarney transfere aos administradores da fundação a tarefa de prestar esclarecimentos sobre o caso e diz que “não tem responsabilidade sobre a fundação.”
“O senador José Sarney é presidente de honra da fundação que leva seu nome, tendo sido seu fundador. Não participa de sua administração, nem tem responsabilidade sobre ela. Os esclarecimentos das acusações publicadas na imprensa deverão ser prestados pelos administradores legalmente constituídos”, diz o texto assinado pelo porta-voz de Sarney, Francisco Mendonça Filho.

Na manhã desta quinta-feira (8), o líder do DEM, José Agripino Maia (RN), afirmou que as novas denúncias que misturam a Petrobras com os negócios da família Sarney “impõem” o começo das investigações da CPI. “Os fatos impõem a necessidade da CPI. Ela não vai investigar apenas Sarney, mas agora o PMDB fica ainda mais obrigado a participar da CPI”, disse.

Agripino ainda reafirmou o posicionamento adotado pela bancada na semana passada que pedia o afastamento de Sarney da presidência do Senado. “Aquilo que falamos na semana passada, reafirmamos com muita ênfase hoje (quinta)”, afirmou.

Em resposta, o líder governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou nesta quinta que a base governista vai permitir a instalação da CPI da Petrobras na próxima terça-feira (14). A sessão de instalação está marcada para as 15h. Jucá afirmou, porém, que o governo não pretende dividir o comando da CPI com a oposição.

“O governo vai ficar com a relatoria e a presidência. Não há negociação com a oposição,” afirmou Jucá. Segundo ele, a instalação da CPI atende a uma “convocação” do presidente do Senado.

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