Por Devair Guimarães de Oliveira
O ex-senador e ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra (SE) foi confirmado nesta terça-feira como o novo presidente nacional do PT. O anúncio foi feito pelo atual presidente do partido, deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), que informou em entrevista coletiva em Brasília que Dutra está matematicamente eleito com 85,9% das urnas apuradas. O candidato angariou, até o momento, 236.206 mil votos, ou seja, 57,9% dos 408 mil votos contabilizados, o que esvazia a hipótese de um segundo turno no pleito. De acordo com Berzoini, a apuração dos votos deve ser finalizada nesta quinta-feira à tarde.
José Eduardo Dutra foi eleito para o triênio 2010-2012 e irá coordenar uma eleição presidencial histórica para o PT: a primeira sem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato. Em sua primeira entrevista depois de eleito, Dutra elogiou a atuação de Lula como presidente e afirmou que o PT tem condições de vencer a disputa pela sucessão no Palácio do Planalto “sem sapato alto”. O ex-senador ressaltou ainda que, depois dos oito anos de governo Lula, a legenda tem agora um programa de governo concreto para mostrar aos eleitores. “Vamos ter um embate entre dois projetos diametralmente opostos e não será uma eleição fácil”, salientou Dutra.
O presidente do PT enfrentará grandes problemas o PT é um partido de muitas tendências e não será fácil para Dutra, os maiores colégios eleitorais do país o PT apresenta fragilidade e enfrenta divisões, MG, Rio de Janeiro, em São Paulo levaram até Ciro Gomes para ver se faz frente a grande aceitação do povo paulista pela sigla do PSDB, o PT na realidade nunca se firmou de fato em seu berço natalino, ganhou algumas prefeituras importantes, mas depois perdeu. Tudo indica que o PT vai tomar medidas de cima para baixo para fazer valer a vontade dos dirigentes nacionais que desejam apoio irrestrito para Dilma, não está na agenda dos dirigentes crescer o partido nem tão pouco lançar candidato a governador onde o partido está rachado ou fragilizado o que desejam é tudo por Dilma e isso deve rachar ainda mais o partido, pois uma candidatura não se constroi de um dia pela noite. Vai ser difícil convencer alguns candidatos. O PT está desfalcado de figuras que foram importantes no passado exatamente por fugir um pouco a linha democrática para abrigar partidários de outros partidos, esquecendo a própria história petista.
Dutra defendeu a permanencia da pré-candidata petista, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, até o prazo limite estabelecido pela Lei Eleitoral, em 3 de abril. “A minha opinião pessoal é que ela deve ficar até o final do prazo estabelecido pela lei”, comentou. Há dois meses, Berzoini disse que Dilma deveria entregar o cargo em fevereiro de 2010, logo depois que sua candidatura fosse homologada, para iniciar a campanha de rua.
Dutra discordou também de algumas lideranças petistas e defendeu o apoio da legenda ao lançamento do nome do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) ao governo de São Paulo. Algumas alas petistas em São Paulo são contra a aliança e a favor de uma candidatura própria no Estado. “Se o PSB apresentar o nome de Ciro, devemos avaliar essa alternativa sem preconceito e sem veto com o objetivo de garantir palanques fortes para Dilma em São Paulo e acabar com o comando de 16 anos do PSDB”, insistiu Dutra. O ex-senador toma posse na presidência do PT apenas em 10 de fevereiro, na festa de 30 anos do partido.