Ex-presidenta do Chile visita favela no Rio como representante da ONU Mulheres

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Na primeira visita ao Rio de Janeiro como diretora executiva da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), a ex-presidenta do Chile Michelle Bachelet se reuniu, na manhã de hoje (16), com cerca de 60 mulheres, líderes de diversas comunidades cariocas, na Favela do Cantagalo, zona sul da cidade.

 A ONU Mulheres apoia programas de sete organizações não governamentais (ONGs) no Brasil. Uma delas é a Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh), que promove, entre outras ações, formação e capacitação da população feminina no Cantagalo.

 Após o encontro, que durou cerca de 30 minutos, Bachelet, que também é secretária-geral adjunta das Nações Unidas, conversou rapidamente com jornalistas e destacou a importância dos projetos voltados ao fortalecimento das mulheres em comunidades de baixa renda. A representante da ONU também conheceu algumas ações desenvolvidas no Cantagalo, como o Projeto Corte e Arte, que forma profissionais de corte e costura.

 “Estou contente por visitar esta área porque mostra que o trabalho que estamos apoiando tem muito sentido, já que permite que as mulheres das comunidades tenham mais autonomia econômica, se organizem e se mobilizem. Temos visto a força delas para se levantar e buscar um futuro melhor para seus filhos e para elas mesmas”, disse a representante das Nações Unidas.

 Bachelet também ressaltou que as experiências desenvolvidas no Brasil nas áreas de inclusão social e igualdade de direitos podem servir de exemplo para programas da ONU Mulheres em outros países, como os da África.

 “Acreditamos muito na cooperação Sul-Sul e há muitas experiências feitas aqui que podem ser úteis nesses países. A presidenta Dilma está muito interessada em que essa cooperação seja fortalecida entre o Brasil e o resto do mundo”, acrescentou.

 Para Elisete da Silva, coordenadora do Corte e Arte que, em 16 anos, capacitou mais de 500 mulheres no Cantagalo, projetos que contribuam para dar mais poder de decisão e autonomia às mulheres ajudam a melhorar a vida na comunidade. “Nós produzimos para empresas e até exportamos para os Estados Unidos e para a França. Trabalhos como esse garantem renda para ajudar no sustento das famílias e aumentam a autoestima dessas mulheres”.

 Michelle Bachelet está no Brasil desde quarta-feira (14) para uma série de audiências e eventos públicos com o objetivo de discutir temas como a participação política feminina, a presença de mulheres nas tropas de paz da ONU e como a questão de gênero será debatida na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, no ano que vem.

 Em Brasília, ela se reuniu com a presidenta Dilma Rousseff, com representantes da bancada feminina no Congresso Nacional e lideranças da sociedade civil. Bachelet também participou da na 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, na capital federal.

Agência Brasil

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