Promover a participação do jovem na elaboração de políticas públicas. É com este objetivo que o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude (Seej), vem incentivando a criação de Conselhos Municipais da Juventude em Minas Gerais. Desde 2009 foram realizados, por iniciativa da Secretaria, 14 encontros regionais, reunindo cerca de 2.500 pessoas de, aproximadamente, 200 municípios. As ações culminaram com a criação de 40 conselhos, o que equivale a 32,5% de órgãos no Estado, que totalizam 124. “Os Conselhos Municipais da Juventude têm por objetivo participar, colaborar, fiscalizar e estimular a elaboração de políticas públicas para os jovens”, explica o secretário de Estado de Esportes e da Juventude, Braulio Braz. Em Manhuaçu, no Leste do Estado, o Conselho Municipal da Juventude vem desempenhando este papel. Thomaz Júnior, presidente do órgão, destaca a importância do Conselho para transformar o jovem em protagonista da própria história. “O nosso papel é justamente garantir a implementação de políticas públicas para a juventude, em todos os âmbitos, na saúde, educação, transporte, esporte e segurança”, afirma. Em uma das ações mais significativas, o Conselho da Juventude de Manhuaçu promoveu, no final de abril, a 1ª Conferência Municipal da Juventude que, realizada em parceria com a Superintendência Regional de Ensino, teve o propósito de interagir junto à sociedade local, visando à promoção de políticas públicas para a juventude, com foco no público com idade entre 15 e 29 anos. Com o tema “Jovem, o que queres para tua cidade”, o evento contou com palestras sobre bullying e protagonismo juvenil, formação de grupos de estudos e apresentações culturais.O presidente do Conselho ressalta, ainda, a intenção de implementar na cidade o Dia Municipal da Juventude. “Um dos conselheiros sugeriu e vamos trabalhar para isso, pois com a regulamentação da data vamos motivar os órgãos e demais setores da sociedade a desenvolverem ações direcionadas aos jovens”, comenta Thomaz Júnior. O Conselho da Juventude em Manhuaçu foi criado em 11 de dezembro de 2009, após participação em um evento da Seej de incentivo à criação dos conselhos.
Representatividade
Os jovens de Salinas, no Norte de Minas, também ganharam representatividade depois de um encontro regional em Montes Claros da Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude (Seej). O Conselho Municipal da Juventude já existia em Salinas, mas estava inativo. A presidente do órgão, Mistânia Rodrigues Guedes Meirelles, também secretária municipal de Políticas Públicas para a Juventude, relata que, hoje, são desenvolvidas ações de conscientização nas escolas e bairros da cidade. “Levamos conscientização nas escolas sobre sexualidade, drogas, autoestima, paz, dengue, leishmaniose, meio ambiente, entre outros assuntos. Também fazemos Rua de Lazer nos bairros, quando buscamos proporcionar um dia diferente aos jovens. Com este projeto pretendemos contribuir para a democratização do acesso às atividades de recreação, esporte e lazer, fortalecendo o vínculo de cidadania, cultural, saúde e educação aos jovens, visando à promoção da inclusão social, para o melhor desenvolvimento humano”, informa. Segundo ela, a reativação do Conselho foi de extrema importância, pois é onde os jovens representantes de vários segmentos criam e debatem ferramentas de construção e crescimento das políticas públicas de juventude. “Os benefícios são muitos. Graças às inúmeras mobilizações e projetos do Conselho da Juventude de Salinas, a nossa juventude vem ganhando, aos poucos, status de sujeitos de direito, perdendo paulatinamente o rótulo de ‘problema social’. O jovem tem exercido sua opinião no poder público para que seja visto como ator social respeitado, favorecendo, dessa maneira, a geração de políticas públicas para sua categoria social. Com isso vem reivindicando seus direitos”, afirma. O subsecretário da Juventude da Seej, Gabriel Azevedo, apoia a afirmação da presidente do Conselho em Salinas. “Os Conselhos Municipais de Juventude são os grandes pontos de contato entre o governo e a sociedade civil, mais especificamente os jovens. Por meio desse instrumento, o governo tem acesso aos anseios da juventude e às ferramentas necessárias para atuar na área”, ressalta.
Autoestima
“Os jovens estão tendo mais oportunidades, sendo valorizados como há muito tempo não se via e, acima de tudo, estão tendo mais qualidade de vida e autoestima elevada”, conta o presidente do Conselho Municipal da Juventude de Itabirito, na região Central do Estado, Gilmar Inácio Pereira do Carmo, com relação às mudanças percebidas após a criação do Conselho. Ele destaca, ainda, a implantação do “Núcleo de Assistência à Juventude”, inaugurado em junho de 2010 por iniciativa do CMJ. “Oferecemos à juventude itabiritense cursos de qualificação profissional, atendimento médico, psicológico e odontológico. Entre outras oportunidades, oferecemos também atividades de lazer, cultura e esporte, atualmente atendendo à cerca de 4.300 jovens inscritos”, relata. Farley Tito, vereador e presidente do Conselho Municipal da Juventude em Ladainha, no Vale do Mucuri, possui a mesma percepção de Gilmar. “Em Ladainha o que mais senti como mudança foi a autoestima dos jovens, porque após a criação do CMJ, o tema juventude teve um lugar de destaque nas discussões, em todos os âmbitos, incentivando a participação e o interesse dos jovens no dia a dia do município e fazendo com que eles se sentissem peças importantes”, revela. Ele ressalta, ainda, a importância do Conselho para a conscientização dos jovens. “O CMJ é uma importante ferramenta para iniciarmos um processo de conscientização do jovem quanto aos problemas sociais e na busca por soluções dos mesmos”, completa.
Valor ao jovem
Em Boa Esperança, mais um exemplo bem sucedido. O Conselho da Juventude do município, criado em 2007 com apoio da Seej, foi um dos primeiros do Sul de Minas. Desde então, o órgão, que também conta com o apoio da Coordenadoria Municipal da Juventude, executa ações importantes para os jovens da cidade. O vice-presidente do Conselho, Nickson Bernardes, destaca as ações mais recentes do órgão, como o evento “Fashion Divercity”, um desfile que reuniu as várias tribos da cidade no final de março deste ano. “A intenção foi mostrar e valorizar as diferenças de cada grupo. Realizamos o desfile para os diversos públicos de Boa Esperança e região e, durante o evento, vários jovens apresentaram ao público estilos diferentes das chamadas ‘tribos urbanas’ mais conhecidas, além de apresentações de dança, do esporte e outras”, relata. O Conselho Municipal da Juventude do município, atualmente formado por 16 jovens, também promove palestras sobre drogas, trânsito, sexualidade, gravidez e meio ambiente nas escolas e na zona rural. Nickson ressalta, ainda, a participação do Conselho em organizações de eventos culturais, ações de combate à dengue, mutirões, entre outros. A experiência do Conselho Municipal da Juventude em Boa Esperança deu tão certo que o grupo agora está criando o Conselho Rural da Juventude na cidade. A expectativa é que o órgão seja lançado em julho. “A intenção é inserir também os jovens da zona rural nas políticas públicas do município. Eles estão mais afastados das discussões e decisões, mas são afetados da mesma forma. Eles têm que ser protagonistas, para melhorar a vida deles mesmos”, conclui o vice-presidente do Conselho, Nickson Bernardes.
Agência Minas