A presidenta da Associação das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, disse que terá uma conversa “de mulher para mulher” com a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, e irá compartilhar com ela experiências da luta contra a ditadura militar. As duas devem se encontrar na tarde de hoje (31), na Casa Rosada, sede do governo argentino. Além representante das Avós da Praça de Maio, também participarão da conversa a representantes da Associação das Mães da Praça de Maio.
“Compartilhamos com ela a história de seu país, ela que foi vítima da ditadura militar brasileira e sabe o que fala quando o tema é direitos humanos. Dilma fez a gentileza de pedir o encontro e compartilhamos com ela nossas histórias de vida, de luta, de busca da verdade”, disse Estela De Carlotto.
Ao ser questionada se o Brasil deveria seguir o modelo de política de direitos humanos da Argentina, que está julgando e punindo os militares envolvidos em desaparecimentos e assassinatos durante a ditadura militar, ela respondeu que cada país deve seguir seu ritmo. “Não há uma fórmula, uma receita, cada país tem sua própria receita”.
O grupo das Avós da Praça de Maio buscam, sobretudo, encontrar filhos de militantes políticos que foram retirados dos pais e entregues a outras famílias durante a ditadura militar argentina. Estela é uma das avós que, há 33 anos, busca notícias do neto, desde que a filha dela, Laura, foi presa pelos militares quando estava grávida. Ao nascer, o bebê foi separado da mãe e, pouco tempo depois, já em liberdade, Laura foi assassinada.
O encontro com as mães e avós da Praça de Maio foi pedido pela própria presidenta Dilma Rousseff.
Agencia Brasil