Ao anunciar hoje (2) o Plano Safra 2015/2016, a presidenta Dilma Rousseff defendeu o ajuste fiscal, cobrou a aprovação de medidas ligadas ao corte de gastos pelo Congresso Nacional e disse que o governo fez um “grande esforço” para ampliar em 20% os recursos para o agronegócio na comparação com a safra anterior. O setor terá R$ 187,7 bilhões para a safra 2015/2016, com taxas de juros de, em média, 8,5% ao ano.
“Garantimos condições de financiamento adequadas ao agronegócio, segmento que tem sido e continuará sendo prioridade no Brasil. Mesmo vivendo uma conjuntura de ajustes, fizemos um grande esforço e estamos ampliando em 20% os recursos de crédito para financiar a próxima safra”, disse em discurso durante a apresentação do plano.
“Os juros serão realinhados sem comprometer a capacidade de pagamento dos produtores e manteremos taxas diferenciadas para linhas de investimento prioritárias e para os médios produtores”, acrescentou.
Ao defender o ajuste fiscal, Dilma disse que os cortes de gastos não têm um fim em si mesmo, mas o objetivo de criar o ambiente fiscal para a retomada do crescimento da economia do país. “O ajuste fiscal é imprescindível para o Brasil voltar a crescer: por isso temos que encará-lo como algo estratégico e necessário. Ainda precisamos concluir a aprovação de alguns mecanismos pelos quais nós vamos assegurar uma economia fiscal mais estável”, avaliou.
Duas propostas do ajuste ainda dependem da aprovação do Congresso: a redução da desoneração da folha de pagamento de 56 setores e a elevação de tributos sobre o lucro dos bancos.
Dilma também listou os anúncios do novo programa de concessões, do novo plano de exportações, Plano Safra da Agricultura Familiar e da nova etapa do Minha Casa, Minha Vida – que ocorrerão até julho – como estratégias para fomentar o crescimento econômico paralelamente ao ajuste fiscal.
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, disse que a ampliação de recursos para o agronegócio mostra que o ajuste fiscal não se faz somente com corte de gastos, mas com investimentos. “Alguns opositores imaginavam ou torciam para o que o crédito agrícola fosse diminuído. Nós demos uma surpresa agradável a todo o Brasil, mostrando que esse plano não é para os produtores rurais, é para todos os brasileiros, para o desenvolvimento do país”.
Agência Brasil