O ato final de Dilma como ministra-incidental da Casa Civil não foi exatamente a inauguração de uma obra. Na verdade, foi o lançamento de uma (ou de mais uma) grande e monumental promessa de obras e investimentos, à revelia dos incipientes e insuficientes resultados da primeira versão do mesmo programa.
Para ela, isso não importa. Ao lado do PAC-Man Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma desfraldou a bandeira do EMPAC 2 – Extraordinário e Maravilhoso Programa de Antecipação da Campanha, edição revista e ampliada -, soterrando a pífia multa aplicada dias atrás pelo TSE com uma avalanche de supostos investimentos, suficiente para bancar nada menos que 318 milhões de infrações idênticas. Donde se percebe o tamanho dos riscos e transgressões que a PACdupla dinâmica admite assumir.
Fontes garantem que, muito em breve, o EMPAC 2 será objeto de fantásticas campanhas publicitárias (nem vem, Marcos Valério!), lideradas por um simpático animal: o carismático e indefectível paquiderme, ops, PACderme.
Não, a escolha do bichão não foi um trocadilho da equipe de criação. De fato, ele se casa perfeitamente com a ideias da PACdupla e com toda a empreitada do EMPAC 2. Vejam só o que a famosa enciclopédia virtual Wikipédia diz sobre o velho mamífero: Com sua couraça protetora e peso normalmente elevado, [os paquidermes] são animais difíceis de serem abatidos mesmo por presas de predadores poderosos.
Saindo do universo paralelo e megalomaníaco dos EMPAC’s (1 e 2), o único PAC que já deu mostras de funcionamento em terras brasileiras foi, de fato, o Pac-Man (não o Lula, o joguinho mesmo). A criatura faminta por pastilhas e vitaminas mágicas divertiu várias gerações, papando tudo o que via pela frente, mas sempre de olho naqueles quatro fantasminhas, que teimavam em acabar com a graça do jogador.
E não é que o nosso PAC-Man (não o jogo, o Lula mesmo), volta e meia, também se vê assombrado pelos seus quatro “encostos preferidos”: a imprensa, o TCU, a subida do Serra… e o próprio ego, este último o único conselheiro que Lula ainda ouve, a dizer que sua criatura pode levar a parada já no primeiro turno.
E a propósito, você sabe de onde surgiu a ideia de Toru Iwatani, o designer que criou o Pac-Man (o jogo, claro!), para uma das criaturinhas mais conhecidas do universo dos games? Veja que inusitado: a inspiração veio em um jantar com amigos, a partir de algo que, para Iwatani, mais se parecia com uma boca aberta: uma pizza, sem uma de suas fatias.
Em tempo: não há registros sobre a passagem nem de Iwatani, nem de sua pizza, pelo Planalto Central, ao longo de toda a história de Brasília.
Heitor Diniz
Jornalista
Belo Horizonte/MG