Foi aprovado hoje (31) pelas comissões de Constituição e Justiça (CCJ), de Assuntos Econômicos (CAE) e de Relações Exteriores (CRE) do Senado o projeto de lei que altera o fuso horário do Acre para duas horas a menos em relação ao horário oficial de Brasília. A matéria tenta revogar uma lei de 2008 que fez com que o estado passasse a ter apenas uma hora a menos em relação à capital do país. O texto será votado novamente na próxima semana pela CCJ e, depois, seguirá para a Câmara dos Deputados. Como o relator da matéria, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC), acatou as emendas apresentadas pela senadora amazonense Vanessa Grazzioton (PCdoB) e pelo paraense Flexa Ribeiro (PSDB), o novo fuso foi estendido também a municípios do Amazonas e do Pará. “Se restabeleceu o sistema de quatro fusos horários contemplando o estado do Acre, 13 municípios do Amazonas e o oeste do estado do Pará, que passam a ter duas horas a menos que o horário de Brasília”, explicou o relator. “Foram apresentadas emendas porque os municípios do Amazonas e do Pará encontram-se na mesma situação geográfica e reclamam a integração do mesmo fuso do Acre”, acrescentou. Durante as eleições do ano passado, 58% da população do Acre, em resposta a referendo sobre o tema, manifestaram-se contrariamente à mudança do horário promovida em 2008. Diante do resultado, o senador Sérgio Petecão (PMN-AC) pediu para que o senador Pedro Taques (PDT-MT) apresentasse o projeto de lei para ratificar a decisão. O resulado nas comissões hoje foi de 17 votos a favor e uma abstenção. O senador Jorge Viana (PT-AC), governador do estado quando o horário foi alterado, que se absteve da votação, criticou a proposta dizendo que prevaleceu uma disputa política em detrimento do interesse do estado. Para ele, a diferença de duas horas em relação ao restante do país prejudicará o Acre.“A grade horária da televisão terá que ser mudada, um filme que passa às 19h não poderá ser exibido às 17h. O horário de funcionamento dos bancos também precisará ser alterado. Venceram aqueles que querem o atraso do estado”, criticou.
Agência Brasil