Brasil vê aprovação de texto da Rio+20; tema de oceanos é impasse

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 O Brasil demonstrou otimismo com um acordo para o texto final da Rio+20 ainda nesta segunda-feira, mas impasses entre delegações prosseguiam em temas relacionados aos oceanos e ao financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável. O Brasil pressiona pela aprovação do texto, apesar de movimentação da delegação europeia, que demonstrou interesse em estender as discussões até quarta-feira, dia de início da cúpula com chefes de Estado e governo. O texto final, caso seja aprovado nesta segunda-feira, poderá ser apreciado pelos líderes do G20 que estão reunidos no México, antes que parte deles chegue ao Rio de Janeiro para o encontro de alto nível. O maior ponto de divergência, agora, é em relação aos oceano, que busca definir regras sobre águas internacionais, disse o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, um dos negociadores-chefe do Brasil na Rio+20. O tópico se tornou prioridade para o Brasil e encontra resistência dos Estados Unidos. “A questão de oceanos continua sendo negociada. É uma área que requer um esforço negociador mais intenso”, disse. O financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável também segue em discussão. Países ricos, tradicionais financiadores de programas ambientais e os mais afetados pela crise internacional, rejeitam se comprometer com novos aportes. A criação de um fundo de 30 bilhões de dólares para o financiamento de ações voltadas à sustentabilidade, proposta pelo G77 -grupo que reúne os países em desenvolvimento, incluindo China e Brasil- foi excluída do texto final, sinal claro da resistência de países desenvolvidos a realizar novos aportes. No texto, foi incluída uma “cesta” de formas de financiamento para as ações, com fontes privadas e instituições financeiras. “Estamos na fase final de fechar fórmulas que atendam aos interesses por ambição nos meios de implementação que permita uma ambição também na ação”, disse Figueiredo. O texto cita ainda o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), com o termo “upgrade”, sem discutir a transformação à condição de agência da ONU, o que também enfrenta resistência de alguns países. As negociações devem seguir pela madrugada. Figueiredo comparou as discussões a um jogo de futebol e disse que “o tempo regulamentar terminou” e que elas já estavam na prorrogação. “Estamos vencendo os obstáculos que ainda restavam”, disse ele. “Estamos absolutamente convencidos que o texto vai ser fechado esta noite”. O Brasil, que assumiu a liderança com o fracasso das negociações em aprovar um texto final, trabalha para evitar que os impasses cheguem à reunião dos chefes de Estado.

 

Postado por Marta Aguiar

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