Brasil precisa controlar capital extrangeiro

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Brasil vive situação nova de ter que controlar entrada excessiva de capital estrangeiro, diz secretário

O controle de fluxo de capitais é uma situação nova com a qual o Brasil vai ter que aprender a lidar, afirmou hoje (27) o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Márcio Cozendey. “No Brasil, a gente sempre teve políticas para segurar o capital, não deixá-lo ir embora. E, agora, está com políticas para evitar que entre muito rapidamente [capital externo], em excesso”, disse, ao participar de seminário promovido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a administração de fluxos de capitais em países emergentes. Cozendey ressaltou que, no entanto, não há intenção de proibir a entrada de dinheiro no país. “É benéfica a entrada [do capital estrangeiro] no Brasil. O objetivo dessas políticas é evitar que [os capitais] tenham um impacto negativo sobre a situação de sustentabilidade na área financeira, principalmente, e também sobre a inflação”, explicou. Ele acredita que uma parte da pressão da entrada de capital no Brasil tenderá a diminuir quando as políticas expansionistas na Europa forem reduzidas, mas ressaltou que ainda não há um “horizonte claro de quando isso vai acontecer”. Por isso, ele prevê que essa pressão continue no longo prazo. O secretário de Assuntos Internacionais destacou que não há um número ideal em relação ao fluxo de capitais para o Brasil. Para Cozendey, o saldo registrado em maio, até o último dia 20, de US$ 3,3 bilhões, ainda é excessivo na comparação com o ano passado. Ele lembrou, porém, que não cabe à secretaria pela qual responde elaborar políticas nessa área.. Cozendey observou, ainda, que há uma nova realidade global em termos de economia, há elementos de longo prazo, que é a melhor posição hoje dos países emergentes, a redução da percepção do risco em relação às nações em desenvolvimento e o aumento da percepção de risco em relação a alguns instrumentos de países desenvolvidos. O secretário avaliou que a situação fiscal em alguns países é complicada e previu que continuará assim durante algum tempo. “A Europa é um exemplo”, disse. O secretário lembrou que o Brasil está conduzindo um grupo de trabalho no âmbito do G20 sobre fluxos de capitais e acrescentou que as conclusões do seminário serão úteis para as discussões que serão travadas daqui para frente. O G20 é um grupo formado por 19 países e a União Européia.

 

Agência Brasil

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