O líder da Revolução Islâmica no Irã, aiatolá Seyyed Ali Khamenei, disse hoje (4) que a série de protestos no Egito e na Tunísia indica uma tendência a um movimento revolucionário religioso a exemplo do que ocorreu em território iraniano, em 1979. O religioso chamou os protestos contra os governos da Tunísia e do Egito de “despertar islâmico” estimulado pela Revolução Islâmica do Irã.
As informações são da rede estatal de televisão do Irã, a PressTV. “Hoje os movimentos na África do Norte, [inclusive] Egito, Tunísia e outros países têm um significado especial para a nação iraniana”, disse o aiatolá. “É o que nos referimos de despertar islâmico, criado pela vitória da grande revolução da nação iraniana”, disse Khamenei.
No entanto, autoridades estrangeiras que vivem no Egito, como o embaixador do Brasil no Cairo, Cesário Melantonio Neto, descartam a semelhança entre os movimentos sociais iraniano e egípcio. Segundo o diplomata brasileiro, não há ambiente político no Egito para ocorrer uma revolução islâmica.
O aiatolá Khamenei criticou a política conduzida pelos ex-presidente da Tunísia Zine El Abidine Ben Ali e presidente do Egito, Hosni Mubarak, que mantinham fortes ligações com os Estados Unidos. Para o religioso muçulmano, egípcios e tunisianos lutam pela “dignidade e honra”.
O dia hoje no Egito é chamado de Sexta-Feira da Partida em uma alusão à possibilidade de Mubarak deixar o poder. Há manifestantes reunidos na Praça Tahrir, que se tornou centro dos protestos favoráveis e contrários ao atual governo. Militares cercaram o local, mas as pessoas estão autorizadas a entrar na praça.
Agencia Brasil