Líderes do PMDB estimam que partido cresça mais com migração partidária

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O PMDB, partido com maior número de deputados, senadores e governadores do país, pode crescer ainda mais a partir do próximo ano. Com a aprovação parcial, semana passada, de uma proposta de emenda à Constituição, que abrirá uma janela para a migração partidária de deputados sem o risco de perda de mandato, a expectativa de lideranças peemedebistas é de que a legenda se torne ainda mais poderosa.

A previsão é de que entre 20 e 30 deputados se mudem para o PMDB com a abertura da janela. A bancada passaria dos atuais 67 para até 97 deputados federais. No Senado, onde não é necessária janela para que a migração ocorra, a expectativa também é de crescimento. O líder na Casa, senador Eunício Oliveira (CE), lembrou que o partido já recebeu a senadora Marta Suplicy (SP) este ano, que deixou o PT, e em breve deve receber também o senador Blairo Maggi, que está deixando o PR. “A bancada deve atingir 22 com a chegada de mais dois senadores no próximo ano”, afirmou.

Uma das lideranças do partido na Câmara, o deputado Lúcio Vieira Lima (BA) vê com cautela a ideia de que o partido receba inúmeros parlamentares de uma vez. Na opinião dele, “é hora de o PMDB se preocupar com a qualidade e não com a quantidade”. “O PMDB é um grande partido, então muitos gostariam de vir. Agora, o PMDB não pode é se tornar barriga de aluguel. Às vezes as pessoas não vêm para somar, e o partido não tem que se preocupar com número, e sim com qualidade”, avaliou.

Vieira Lima lembra que o partido já tem um projeto traçado para os próximos anos e ressalta a importância de que os migrantes estejam alinhados com essas propostas. “O PMDB quer ter uma candidatura própria em 2018. Se vierem novos deputados para usarem o partido como cavalo de tróia — ou seja, com interesses de outros segmentos políticos, para chegar lá adiante e tentar dificultar uma candidatura própria –, aí não serão bem vindos”, afirmou.

A proposta aprovada no Senado prevê que os deputados terão 30 dias, a partir da data de promulgação da PEC, para mudarem de partido sem incorrerem em infidelidade partidária. A migração não acarretará mudanças na distribuição do Fundo Partidário ou do tempo gratuito de televisão e rádio dos partidos políticos, ficando as agremiações com os benefícios que dispõem atualmente, independentemente da perda de parlamentares.

No entanto, a partir das eleições municipais do ano que vem e das eleições gerais de 2018, os partidos que atraírem muitos parlamentares agora poderão ver suas bancadas permanecerem maiores e, aí sim, se beneficiarão com fatias maiores do fundo e do tempo de mídia.

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