O tenente da Polícia Militar do Rio de Janeiro Daniel Benitez tinha a intenção de matar um policial militar (PM) e colocar a arma do crime em sua cintura para culpá-lo pela execução da juíza Patrícia Acioli, de acordo com o delegado da Polícia Federal Victor César Carvalho dos Santos. Hoje (11), Santos depôs na 3ª Vara Criminal de Niterói, durante audiência de instrução do processo sobre o assassinato da magistrada.
Benitez é um dos 11 PMs presos sob a acusação de envolvimento na execução. Conhecida por condenar PMs envolvidos em assassinatos e outros crimes, como associação a milícias (organizações criminosas), ela foi morta a tiros na madrugada de 12 de agosto deste ano, quando chegava em casa, em Niterói. Segundo a investigação policial, o mandante do assassinato é o coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira, ex-comandante do Batalhão da PM de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio.
Segundo o delegado, a PF recebeu uma denúncia informando que o plano de Benitez era executar um PM, também lotado no Batalhão de São Gonçalo. Esse policial militar, acrescentou Santos, responderia a um aumento de resistência (morte cometida supostamente durante confronto com criminosos). Conforme o denunciante, o tenente pretendia colocar uma arma na cintura do PM para incriminá-lo pela execução da juíza.
Além do delegado, o ex-comandante-geral da PM do Rio Mário Sérgio Duarte prestou depoimento hoje. Mário Sérgio depôs como testemunha de defesa do coronel Cláudio Luiz. Dias depois da morte da juíza, o ex-comandante transferiu o coronel do Batalhão da PM de São Gonçalo para da Maré. À Justiça, Mário Sérgio disse que removeu Cláudio Luiz para começar a organizar, com o Batalhão de Operações Especiais (Bope), a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Maré.
Agência Brasil