Investigadores franceses localizaram neste domingo (1º) o módulo de memória de uma das duas caixas-pretas do voo 447 da Air France, que caiu no Atlântico em 2009, informou o Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês), que apura as causas do acidente.
A unidade de memória dessa caixa-preta, chamada Flight Data Recorder (gravador de dados do voo ou FDR, na sigla em inglês), contém os parâmetros técnicos do voo, como a altitude, a velocidade e a trajetória do avião.
Essas informações são consideradas essenciais para descobrir as causas do acidente que matou 228 pessoas. O Airbus da Air France, que fazia a rota Rio-Paris, caiu no Atlântico em 31 de maio de 2009.
O módulo de memória da caixa-preta foi encontrado durante a quinta fase de buscas do equipamento, iniciada na última terça-feira (26). Na quarta-feira (27), o BEA havia localizado, na primeira operação de mergulho do robô Remora 6000, somente o chassi dessa caixa-preta, sem a unidade que armazena os dados.
Segundo um comunicado do órgão, o módulo de memória da caixa-preta foi localizado às 7h deste domingo. O equipamento foi içado pelo robô Remora 6000 a bordo do navio Ile de Sein às 13h40.
As buscas continuam para tentar localizar a outra caixa-preta do avião, chamada Voice Data Recorder, que grava as conversas dos pilotos na cabine. Mas a caixa-preta que contém os dados técnicos do voo, já encontrada, é considerada a mais importante nas investigações sobre o acidente.
Os investigadores do BEA não sabem ainda, no entanto, se conseguirão extrair e analisar os dados das caixas-pretas, já que elas ficaram quase dois anos submersas a cerca de 4 quilômetros de profundidade.
Alain Bouillard, chefe das investigações do acidente, havia declarado recentemente que “serão necessários vários dias de preparativos para ler o conteúdo das caixas-pretas e talvez várias semanas, se estiverem danificadas”.
No comunicado, o BEA não se pronunciou sobre o estado de conservação do módulo de memória encontrado neste domingo. Na sexta-feira, o órgão havia informado que “as partes traseira e dianteira do avião estão dispersas e seus elementos misturados” e que, por esse motivo, as buscas levam tempo.
As operações estão sendo realizadas a 3,9 mil metros de profundidade, a cerca de 1,1 mil metros de distância da costa brasileira. A fuselagem do Airbus havia sido localizada no início de abril, a apenas cerca de dez quilômetros ao norte da última posição do avião conhecida nos radares.
A caixa-preta com os dados do voo (e, se for localizada, também a que contém as conversas dos pilotos) serão levadas à França por uma fragata da marinha francesa. O equipamento será analisado na sede do BEA, nos arredores de Paris.