Por Andy HechtCriptomoedas
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Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com
- O “bull market” das criptomoedas gerou uma alucinante ação de preços
- A oferta é uma função da demanda em todos os mercados
- O frenesi especulativo fez com que novos tokens se tornassem “frutíferos e se multiplicassem”
- A tendência continuou em 2021 e nos últimos anos
- Existem tokens demais, e a maioria acabará acumulando pó nas carteiras digitais
Nada melhor que o velho e bom bull market para atrair investidores e traders em busca de lucros. Embora a história mostre que as tendências de alta exercem efeito magnético entre os participantes, nunca houve nada parecido com o que vem ocorrendo com a classe dos criptoativos.
A alta do Bitcoin de cinco centavos em 2010 para quase US$70.000 por token em 2021 fez com que milhares de novas moedas digitais entrassem no mercado. A imitação é, evidentemente, a forma mais sincera de elogio, e os tokens emergentes atraíram participantes de mercado em busca de retornos parecidos com os do Bitcoin.
Mas as potenciais recompensas são proporcionais aos riscos em qualquer mercado, e com as criptomoedas não é diferente. Embora muitos participantes do mercado estejam em busca de lucro rápido, alguns têm motivações ideológicas para aderir à classe de ativos, que fornece uma alternativa aos meios tradicionais de troca (moedas fiduciárias) e até mesmo ao ouro.
A aceitação das criptos avançou em 2021, e a atividade especulativa impulsionou muito a ação dos seus preços, bem como sua volatilidade. Em 2021, as criptos registraram ralis de tirar o fôlego, acompanhados de angustiantes quedas de preço.
Mas o único bull market que realmente ganhou tração na classe de ativos foi a escalada do número de tokens disponíveis para escolha. A sensação foi que, a cada dia, novos tokens entravam no mercado, o que levanta a questão: quando podemos dizer que a quantidade de tokens passou do limite?
O “bull market” das criptomoedas gerou uma alucinante ação de preços
O Bitcoin e Ethereum valorizaram-se em 2021, mas sua volatilidade testou os ânimos dos investidores. Em 31 de dezembro de 2021, o Bitcoin teve uma valorização de 57.8% em relação ao seu fechamento de 2020, com seu preço um pouco abaixo de US$46.000 por token.
O Ethereum se saiu melhor, com seu preço subindo quase 392% em bases anuais, cotado a US$3650 em 31 de dezembro de 2021. Tanto o Bitcoin quanto o Ethereum fecharam o ano bastante distantes dos seus picos de 2021. Em 10 de novembro, os preços das duas criptomoedas líderes atingiram máximas recordes.
BTC/USD mensal
Fonte: Barchart
Como ilustra o gráfico, o Bitcoin alcançou a máxima de US$68.906,48 em 10 de novembro de 2021, mas fechou o ano mais de 32,7% abaixo desse pico recorde.
ETH/USD mensal
Fonte: Barchart
O Ethereum, por sua vez, atingiu seu preço mais alto da história em 10 de novembro, a US$4.865,426, caindo, logo em seguida, cerca de 24% no fechamento do ano.
O risco de correções aumenta com os preços, mas as duas criptos líderes registraram ganhos substanciais em 2021.
A oferta é uma função da demanda em todos os mercados
A teoria fundamental da oferta e demanda nos ensina que a oferta tende a se ajustar aos níveis de demanda. No mundo das criptomoedas, a ascensão do Bitcoin e Ethereum fez com que muitas pessoas ficassem milionárias e até mesmo bilionárias. Quem teve a visão de comprar tokens quando seus preços estavam baixos e a classe de ativos não estava nos holofotes, e os manteve em carteira, fez uma verdadeira fortuna.
Os participantes do mercado afluem para bull markets, a fim de embarcar na tendência de alta e construir sua própria cesta de ovos. O sucesso das criptomoedas incentivou a entrada de diversos tokens novos no mercado. No último ano, vimos o número de ofertas de criptos disparar.
O frenesi especulativo fez com que novos tokens se tornassem “frutíferos e se multiplicassem”
Bull markets podem criar um frenesi especulativo, influenciando os participantes do mercado dispostos a pagar preços cada vez mais altos, muitas vezes por instrumentos mais novos na classe de ativos. Em 2010, o Bitcoin era a única cripto. Assim como Adão no Jardim do Éden, ele era frutífero e se multiplicou depois de que Eva entrou em cena.
Eu comecei a rastrear o número de ofertas de criptomoedas no fim do 1º tri de 2019, quando já havia 2136 tokens circulando no espaço cibernético. Quase todos os dias, novos tokens entram no mercado.
No fim de 2019, o número era de 4,986, mais do que o dobro do nível do fim do 1º tri. Ao final de 2020, já havia subido para 8.153.
A tendência continuou em 2021 e seguirá firme nos próximos anos
Em 31 de dezembro de 2021, havia 16.238 tokens disponíveis para investimento, um crescimento de 99,2% em relação a 2021. Na terça-feira, 4 de janeiro, o número era de 16.372 e, no momento em que você lê este artigo, já deverá ter subido.
Bitcoin, Ethereum e muitas outras histórias de sucesso nas criptomoedas criaram um ambiente propício para novos tokens nos últimos anos, e essa tendência irá continuar em 2022.
Ainda que a maioria, senão todos os novos tokens que entram no mercado acabarão acumulando pó em carteiras digitais, a ascensão das criptos líderes segue atuando como um ímã para o capital de quem está em busca da próxima cripto a entregar retornos substanciais.
Há tokens demais, porém só os mais fortes irão sobreviver
O fato é que existem criptomoedas demais em circulação, mas isso não tem impedido que novos tokens entrem no mercado a cada dia. Eventualmente a classe de ativos enfrentará um ajuste em que apenas os criptoativos mais fortes sobreviverão.
Neste momento, uma pequena porcentagem de tokens altamente líquidos com valores de mercado de mais de US$10 bilhões podem ser considerados como “fortes”. Mas diversos catalisadores também podem impulsionar os tokens, como Elon Musk constantemente exaltando o Dogecoin, ou pressioná-los, como escândalos envolvendo ataques a exchanges ou colapsos de outros tokens “caninos” que rapidamente ganharam tração e depois implodiram.
Como em qualquer mercado ou produto em ascensão, a imitação é a forma mais elevada de lisonjeio, mas também cria um ambiente em que golpistas tiram vantagem dos participantes de mercado mais incautos.
Apenas invista que o capital que você reconheça estar 100% em risco nas criptomoedas. O risco é sempre uma função do retorno; nas criptomoedas, os incríveis retornos potenciais geram riscos proporcionais.
O dia do ajuste chegará na classe de ativos, quando o número de ofertas se evaporará repentinamente, com seu rápido encolhimento. No entanto, em 6 de janeiro de 2022, diversos tokens continuam subindo, enquanto a demanda incentiva novos entrantes a cada dia.
Mais de 16.370 criptomoedas diferentes representam um número exagerado, mas isso não significa que o volume de tokens não possa atingir cifras ainda mais irracionais em 2022 e nos próximos anos.