Terremoto no Japão foi devastador

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Terremoto no Japão foi devastador e pode ter réplicas

Tóquio, 11 mar (EFE).- O devastador terremoto de 8,9 graus de magnitude na escala Richter registrado nesta sexta-feira no Japão, o mais grave da história do país, provocou um “número extremamente alto” de vítimas, segundo o Governo japonês, que alertou sobre a intensidade das réplicas.

O número de vítimas do terremoto, que afetou praticamente toda a costa leste do arquipélago japonês, pode ultrapassar mil. O tremor for sentido ainda em Tóquio e provocou um tsunami que deixou centenas de mortos na cidade de Sendai.

O Governo enviou 8 mil militares para os trabalhos de resgate às áreas afetadas, sobretudo às províncias de Miyagi e Iwate, enquanto se decretou estado de emergência em uma usina nuclear de Fukushima, o que levou à evacuação de 3 mil pessoas de áreas próximas.

O terremoto destruiu edifícios, provocou incêndios e paralisou o transporte no nordeste do Japão, enquanto em Tóquio os edifícios tremeram e os serviços ferroviários e do metrô foram suspensos, impedindo milhares de pessoas de retornar a suas casas.

As ondas chegaram a dez metros de altura e causaram grande devastação em muitas cidades do litoral nordeste do Japão, levando em sua passagem carros, edifícios e navios.

Em Sendai, a capital de Miyagi, que tem um milhão de habitantes, se calcula que cerca de 300 tenham morrido por causa do tsunami.

Após o forte terremoto, os tremores continuaram até primeiras horas do sábado (horário local) no Japão.

Em plena madrugada, um novo alerta de tsunami foi ativado para toda a costa oriental do Japão, enquanto continuavam sendo registradas réplicas do terremoto.

Só na sexta-feira (horário local) foram cerca de 60 réplicas, quatro de sete graus ou mais na escala Richter, e, já de madrugada, outros três terremotos de mais de seis graus na escala de Richter em Nagano (norte do Japão), na outra costa do Mar do Japão, voltaram a preocupar a população.

A terra não parou de tremer no Japão desde que, às 14h46 no horário local (2h46 de Brasília), aconteceu o devastador terremoto, com epicentro a 130 quilômetros do litoral e a uma profundidade de 20 quilômetros.

O Japão, um dos países mais povoados do mundo, se localiza no chamado Anel de Fogo do Pacífico, onde os sismos são relativamente frequentes.

Trata-se do país mais bem preparado do mundo para enfrentar esse tipo de tragédia, mas a magnitude do terremoto, um dos mais graves da história, provocou vários prejuízos e vítimas e interrompeu as comunicações em grande parte do país, sem que ainda se tenha determinado seu verdadeiro alcance.

O último cálculo oficial das autoridades, às 6h no horário local de sábado (18h de sexta-feira em Brasília), aprontava para 184 mortos e 708 desaparecidos, mas se teme que o número seja muito maior e a imprensa local afirma que deve ultrapassar os mil.

Uma das grandes preocupações é o estado das usinas nucleares.

Na usina nuclear de Fukushima, o terremoto provocou problemas no sistema de ventilação e elevou o nível de radiatividade em um dos edifícios que abriga um reator.

O ministro da Indústria japonês, Banri Kaieda, considerou possível que na situação atual possa haver um escapamento de vapor radioativo, embora tenha ressaltado que a quantidade deverá ser pequena.

Mesmo assim, as autoridades japonesas declararam uma “situação de emergência nuclear” na central atômica de Fukushima Daiichi, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O porta-voz do Executivo, Yukio Edano, advertiu que o país sofreu um número “extremamente alto” de vítimas e pediu à população que esteja preparada para novas réplicas que, segundo ele, poderiam alcançar a mesma intensidade que o terremoto original. EFE

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