Uganda foi hoje (18) às urnas para escolher o presidente do país de 14 milhões de eleitores, que fica no centro da África. No poder há 25 anos, Yoweri Museveni é o favorito para conquistar mais um mandato de cinco anos. O pleito de hoje é apenas o segundo multipartidário em 30 anos.
O principal adversário é o oposicionista Kizza Besigye, que já perdeu duas eleições para Museveni. Ex-aliado (e médico pessoal) do atual presidente, ele declarou que irá reagir caso observe irregularidades na votação. Além dos dois, mais seis candidatos aparecerem nas cédulas de papel.
De acordo com Besigye, uma “revolta no estilo da egípcia” poderia estourar no país caso haja fraude ou manipulação de resultados. O oposicionista montou um esquema paralelo de apuração para acompanhar a contagem dos votos. Nas eleições de 2006, o oposicionista obteve 36% da preferência do eleitorado ugandense.
Durante a semana, o presidente Museveni anunciou que o governo irá impedir qualquer tentativa de “espalhar inquietação”. Ao longo do dia, houve registro de pequenos tumultos em algumas seções eleitorais, que demoraram a abrir.
Uganda foi colônia britânica até 1962, quando conseguiu a independência. Nove anos depois, Idi Amim assumiu o poder e governou até 1979, em um regime ditatorial acusado de matar mais de 300 mil pessoas. Milton Obote veio a seguir e, pressionado por movimentos guerrilheiros, o governo dele também foi acusado de executar 100 mil pessoas.
O atual presidente derrubou Obote em 1985, em um golpe de Estado. País de solo fértil e reservas de ouro e cobre, descobriu petróleo há pouco tempo. Entretanto, a agricultura ainda segue como o setor de maior importância econômica, empregando 80% da força nacional de trabalho. Dados de 2001 indicam que mais de 35% da população do país vivia abaixo da linha de pobreza.
Agência Brasil