Paquistão: Unicef pede ação após enchentes fatais que deixaram 98 mil feridos

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Inundações seguem-se a onda de calor extremo que acelerou derretimento de um glaciar; agência da ONU alerta que temperaturas recordes colocam crianças paquistanesas em risco de stress térmico.

FAO/Paquistão – A barragem construída sobre o rio Indo, no Paquistão

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, pediu ajuda internacional urgente para o Paquistão na sequência de danos causados pelas inundações que já causaram mais de 100 mortes e deixaram mais de 98 mil feridos. 

Um alerta lançado pelas autoridades da província de Peshawar adverte sobre a necessidade de precauções, após uma onda de calor extremo que acelerou o derretimento de um glaciar. 

Chuvas 

De acordo com agências de notícias, a medida também foi tomada pelas autoridades de áreas como Khyber e Pakhtunkhwa que tiveram pessoas deslocadas para outros locais. 

Em nota, o Unicef adverte sobre um “exemplo de como as alterações climáticas e a poluição afetam a saúde das crianças” no Paquistão. 

Para a agência, os eventos atuais recordam a tragédia de 2022, quando 500 crianças perderam a vida após chuvas equivalentes a 10 anos em aldeias no sul de Sindh. 

O representante do Unicef no Paquistão, Abdullah Fadil, lembra ter vivenciado  em primeira mão um cenário de crianças subnutridas carregando o pouco que tinham levado com elas, e abaladas “sem suas escolas, esperanças e aspirações para o futuro”.

Ele destacou que apesar dos esforços de ajuda significativos, mais de 9,6 milhões de crianças ainda necessitavam de assistência humanitária nas zonas afetadas pelas cheias até dezembro de 2023. 

Stress térmico 

O Unicef ressalta que as atuais temperaturas recordes colocam todas as crianças no Paquistão em risco de stress térmico, uma vez que não conseguem se recuperar do excesso de calor dos seus corpos. 

Os menores de idade também são mais propensos a sofrer de poluição atmosférica do que os adultos, levando a doenças respiratórias potencialmente fatais. Cerca de 12% das mortes de crianças paquistanesas com menos de cinco anos “devem-se à poluição atmosférica”.

Fala internacional em proteger o meio ambiente

O comunicado ressalta que os menores do Paquistão correm “risco extremamente alto” de sofrer com os impactos da crise climática. O país suporta ainda  “o duplo fardo da adaptação às alterações climáticas e, ao mesmo tempo, da redução das emissões globais”.

Para o Unicef, apesar do que está em jogo, a comunidade internacional não está conseguindo proteger o meio ambiente. 

Fadil alerta sobre o risco do rio Indo, uma fonte se sobrevivência para milhões no Paquistão, estar sob efeito das alterações climáticas, da negligência, da utilização indevida, da poluição, da exploração excessiva e do despejo de resíduos tóxicos.

ONU NEWS

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