Os líderes do Brasil, da Rússia, da China e da África do Sul – países que compõem o grupo denominado Brics – examinam a hipótese de assumir uma posição comum na reunião convocada pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, com representantes dos países do chamado Grupo de Contato (que engloba as maiores economias do mundo). A reunião ocorrerá em Paris na próxima quinta-feira (1º).
Diplomatas que acompanham as negociações disseram hoje (30) que as consultas ainda não foram concluídas. Até ontem (29) a decisão era de o Brasil enviar um representante para a reunião coordenada por Sarkozy. O assunto foi o tema principal da reunião da presidenta Dilma Rousseff com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
A única definição é que o chanceler não irá para a reunião para Paris. A justificativa é que Patriota estará em visita à Bulgária e à Rússia. No caso da Bulgária, o ministro faz uma viagem preparativa à de Dilma, que irá ao país em outubro – visitar a família de seu pai, Petar Rousseff, que era búlgaro. Na Rússia, ele quer estreitar as relações com os países do Brics e com os que pertencem ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Além de Patriota, pelo menos dois diplomatas no Itamaraty negociam diretamente sobre a questão da Líbia com a comunidade internacional, o subsecretário-geral do Departamento de África e Oriente, Paulo Cordeiro, e o embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantonio Neto, que foi designado pelo chanceler para fazer as articulações com a oposição na Líbia.
A reunião em Paris já recebeu as confirmações dos representantes da Alemanha, da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, entre outros países. Sarkozy pretende definir no encontro, na presença dos representantes do Conselho Nacional de Transição da Líbia, as prioridades em termos de ajuda da comunidade internacional para o futuro governo de transição no país.
No entanto, ao contrário de cerca de 40 nações, o Brasil ainda não reconheceu o Conselho Nacional de Transição da Líbia como o único órgão legítimo para conduzir provisoriamente o governo no país. Para o governo brasileiro, a oposição deve dar indicações de que representa a sociedade líbia como um todo e não apenas um setor.
Agência Brasil