ONU aproveita trégua para levar ajuda humanitária a Gaza

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Em relatório, organização diz que pausa foi amplamente respeitada

A Organização das Nações Unidas (ONU) está aproveitando todos os minutos da trégua na Faixa de Gaza para levar ajuda à população, mesmo durante a noite, informou nesta terça-feira o Gabinete de Coordenação do Centro de Assuntos Humanitários da organização (conhecido pela sigla inglesa Ocha).

Como a circulação de caminhões de ajuda humanitária se prolongou noite dentro, a ONU não especificou quantos desses veículos conseguiram entrar em Gaza na segunda-feira, segundo a agência espanhola EFE.

De acordo com relatório diário do Gabinete do Ocha sobre a situação em Gaza, a trégua foi amplamente respeitada pelo quarto dia consecutivo.

A suspensão das hostilidades permitiu que os funcionários da instituição continuassem a entregar ajuda aos abrigos onde se encontram os civis, sobretudo no sul, onde se concentra a maioria de 1,8 milhão de pessoas deslocadas internamente pela guerra.

O Ocha considerou, no entanto, que a ajuda deve ser reforçada e defendeu como extremamente necessária a abertura da passagem de Kerem Shalom entre Gaza e Israel.

Até o início da guerra, em 7 de outubro, Kerem Shalom, também no sul de Gaza, era o principal ponto de entrada de mercadorias no enclave palestino.

Israel fechou todas as passagens com a Faixa de Gaza, e a entrada de ajuda ocorreu apenas pela fronteira com o Egito, em Rafah, o único ponto não controlado pelas autoridades israelenses.

O Ocha defendeu também, no relatório divulgado em Genebra, a necessidade de ajuda ao norte de Gaza, onde permanece número considerável de civis e o acesso é impossível há semanas.

Apesar de não ter contabilizado os caminhões que entraram em Gaza, o Centro de Assuntos Humanitários da ONU disse que entre os fornecimentos se encontram “pequenas quantidades de combustível” que foram entregues a instalações de produção de água.

Os trabalhadores humanitários também buscam orientar a população sobre o perigo dos restos de explosivos.

A ação é urgente, já que as pessoas estão aproveitando a trégua para se deslocar de um lugar para outro, incluindo áreas que podem estar contaminadas.

A Faixa de Gaza, com 2,3 milhões de habitantes, é controlada pelo grupo islâmico palestino Hamas desde 2007.

Em 7 de outubro, o Hamas fez um ataque sem precedentes a Israel e matou mais de 1.200 pessoas, segundo as autoridades israelenses.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas e bombardeou a Faixa de Gaza até as partes chegarem acordo para uma trégua de quatro dias, que começou na sexta-feira e foi prolongada por dois dias.

A pausa nos combates destina-se à troca de reféns do Hamas por palestinos presos em Israel e à entrega de ajuda humanitária em Gaza.

Até o início da trégua, os ataques do Exército israelenses na Faixa de Gaza tinham matado mais de 14 mil pessoas, segundo o Hamas.

Agência Brasil - RTP

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