Cerca de um milhão e duzentos e oitenta mil reais é quanto a família de Palmela vai receber de indenização depois da mulher, de 29 anos, ter sofrido uma descarga elétrica fatal quando pegava no aparelho telefônico para atender uma chamada. O marido, que a tentou socorrer cortando o fio, também sofreu ferimentos graves.
A Companhia de Seguros ainda alegou que a vítima agiu com culpa, porque o “homem médio” deve saber que “existem regras legais sobre primeiros socorros a prestar a vítimas de eletrocussão que têm de ser escrupulosamente respeitadas”. Dizia mesmo a Companhia de Seguros que o homem tinha 75 por cento da culpa, já que não deveria ter tentado cortar o cabo, mesmo que a mulher se mantivesse agarrada ao mesmo.
A história aconteceu em 1 de Agosto de 2001. A vítima estava em casa com o filho menor quando o telefone tocou. Eram 13h30 e a mulher foi imediatamente sujeita a uma descarga de milhares de volts. A roupa começou a arder, ficou agarrada ao telefone sem conseguir reagir.
A GNR foi a primeira a chegar ao local. Não conseguiu cortar a eletricidade, tendo sido o marido, minutos depois, a fazê-lo. Seguiu-se depois o corte do cabo. O homem teria feito depois da GNR o ter aconselhado, tendo também ele sofrido ferimentos graves.
A causa do acidente foi mais tarde apurada e era completamente estranha à família. Um poste tinha um fio solto e o parafuso estava desenroscado, ao que tudo indica devido a ação humana.
Uma vez que o cabo estava sob grande tensão, quando se partiu soltou-se e foi prender-se junto ao posto de transformação da EDP aí existente, com 15 mil volts, ficando então enrolado.
O acórdão do Supremo Tribunal de Justiça deu como provado que tal situação era recorrente,
A indenização vai ser repartida entre pai e filho e será ainda paga com juros e correção monetária.
SEQUELAS FUTURAS
As queimaduras sofridas pelo pai provocaram-lhe sequelas graves e irreversíveis. Ficou sem hipótese de trabalhar.
Com informações do Correio da Manhã – Portugal