Moçambique decide adotar padrão europeu de TV digital

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Moçambique vai seguir a recomendação da Comunidade de Países da África Austral (Sadc) e adotar o padrão europeu de televisão digital (Digital Vídeo Broadcasting – DVB-T2).

“A medida foi tomada em reunião do Conselho de Ministros – ou seja, é uma decisão de governo”, disse o diretor-geral do Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM), Américo Muchanga. Ele espera que a instalação da infraestrutura comece ainda este ano.

Em novembro, a Sadc aprovou recomendação para que seus 14 integrantes (África do Sul, Angola, Botsuana, Congo, Lesoto, Madagascar, Malawi, Ilhas Maurício, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue) adotassem o sistema europeu. Mas, como a medida não é obrigatória, o Brasil e o Japão mantêm a esperança de conquistar alguns usuários para o seu sistema ISDB-T (Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial). Propuseram, inclusive, a realização de testes em países como Angola, Botsuana e Moçambique.

Mesmo se tratando de decisão de governo, Muchanga não desencoraja os testes com o padrão nipo-brasileiro, porque uma comissão do Ministério de Transportes e Comunicações ainda vai determinar como será a migração para o sistema digital. “As decisões de governo são dinâmicas e ainda não há nada instalado”, diz Muchanga. “A comissão de migração ainda vai se debruçar sobre todo o processo.”

O grupo vai desenhar a estratégia da migração do atual sistema analógico para o digital, que deverá estar completa em 2015. Deve ser criado pelo menos um órgão estatal para gerir o processo. Também será determinado se o país vai adotar o operador único de rede.“É melhor termos um único operador, para sinais públicos e privados, por questões econômicas”, diz o diretor-geral. “Mas isso ainda será objeto de análise”.

A Tanzânia e a África do Sul estão mais adiantados na digitalização da transmissão de rádio e televisão na África Austral. No continente como um todo, as Ilhas Maurício já completaram 90% do processo.

O diretor-geral do INCM não quis adiantar qual será o investimento necessário em Moçambique. Ele disse que a decisão pelo sistema europeu “não está baseada em nenhuma promessa.” Alguns países que já haviam optado pela padrão europeu, como a Colômbia, reabriram as negociações depois que a União Europeia não cumpriu promessas de financiamento.

Moçambique tem quatro emissoras de TV abertas, que atingem praticamente todo o território nacional – a TVM (pública), STV, Miramar (ligada à brasileira Record) e a TIM – além de canais locais e da emissora pública portuguesa, a RTP.

Segundo o censo de 2007, somente 467.536 lares do país tinham aparelho de TV. O diretor-geral do INCM estima que Moçambique esteja hoje com um número bem maior de televisores, por causa do crescimento econômico e da melhora na distribuição de energia nos últimos anos.

Agencia Brasil

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