Ao menos 430 pessoas que viajavam a bordo do navio naufragado na segunda-feira (1º) à noite no Rio Yangtze continuam desaparecidas hoje (3) após um dos piores naufrágios registrados nas últimas décadas na China.
Um balanço divulgado na madrugada desta quarta-feira pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua informa que havia sete mortos confirmados e que 14 pessoas, entre as quais uma mulher de 65 anos, tinham sido resgatadas.
Mais de 4.600 pessoas, incluindo centenas de mergulhadores, estão envolvidas nas operações de busca e salvamento numa corrida contra o tempo e as persistentes más condições atmosféricas no local.
O naufrágio ocorreu na segunda-feira à noite, por volta das 21h30 (hora local), quando o navio de nome Dongfangzhixing (Estrela Oriental) foi atingido por um tornado e afundou em “apenas um ou dois minutos”.
Trata-se de um barco de cruzeiros turísticos, com quatro andares e 76 metros de comprimento, e navegava há três dias de Nanjing para Chongqing, com 456 pessoas a bordo: 405 passageiros, a maioria dos quais com mais de 60 anos de idade, 46 tripulantes e cinco guias turísticos.
O capitão e o engenheiro-chefe da embarcação, que conseguiram salvar-se, foram detidos pela polícia.
“Foi tão rápido que o capitão nem teve tempo de dar sinal de alerta”, disse Wang Yangsheng, funcionário do Centro de Socorro Marítimo de Yuegang, citado pela agência Xinhua.
Mais de uma centena de barcos e quase 5 mil pessoas, entre as quais 1.840 soldados e 1.600 agentes da polícia, foram mobilizadas para as operações de busca e salvamento, informou a imprensa oficial.
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, foi ao local do naufrágio, onde o rio chega a 15 metros de profundidade, em Jianli, na província de Hubei.
Com quase 20 anos de serviço e capacidade para transportar 534 pessoas, o Dongfangzhixing fazia cruzeiros regulares no Yangtze, um percurso turístico popular na China que atrai anualmente cerca de 1 milhão de pessoas.
O Yangtze, ou Chang Jiang (Grande Rio), como chamam os chineses, é o terceiro maior do mundo, menor apenas que o Nilo e o Amazonas, com 6.300 quilômetros de extensão.
Agência Lusa