Linha vermelha cruzada: Rússia e Bielorrússia firmam acordo explosivo para armas nucleares em território bielorrusso

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Por Sérvulo P

em Geopolítica – Internacional – Defesa etc.

Segundo o noticioso The Moscow Times, os Ministros da Defesa da Rússia e da Bielorrússia tomaram uma decisão importante, no que diz respeito à segurança no mundo, ao assinarem um acordo que estabelece o armazenamento de armas nucleares táticas na Bielorrússia.

Esse acordo representa uma medida significativa na cooperação militar entre os dois países e tem implicações de longo alcance para a segurança regional e global.

De acordo com o ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, a Rússia manterá o controle total sobre as armas nucleares táticas implantadas na Bielorrússia, incluindo a decisão de utilizá-las.
Essa clara atribuição de responsabilidade visa garantir a segurança e a estabilidade russa, ao mesmo tempo em que manda um claro recado ao presidente Zelensky e demais países ocidentais que estão enviando armas para a Ucrânia.

Autoridades russas e bielorrussas consideraram a medida motivada pela hostilidade do Ocidente.

“A implantação de armas nucleares não estratégicas é uma resposta eficaz à política agressiva de países hostis a nós”, disse o ministro da Defesa bielorrusso, Viktor Khrenin, em Minsk, durante uma reunião com seu colega russo, Sergei Shoigu.

“No contexto de uma escalada extremamente acentuada de ameaças nas fronteiras ocidentais da Rússia e da Bielorrússia, foi tomada a decisão de tomar contramedidas na esfera militar-nuclear”, acrescentou Shoigu.

Da parte do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, foi confirmada a decisão após a qual revelou que o presidente russo, Vladimir Putin, o informou sobre os planos de transferir as armas nucleares para a Bielorrússia.

Em março, Putin anunciou que colocaria armas nucleares táticas – ou de curto alcance – no território da Bielorrússia, atraindo a condenação do Ocidente. Essa medida reflete a confiança mútua entre os dois líderes e destaca a importância estratégica da Bielorrússia como parceiro de segurança da Rússia.

“A transferência de munições nucleares começou”, disse Lukashenko a repórteres durante uma visita a Moscou.
No entanto, é importante ressaltar que os detalhes específicos sobre o número e a localização das armas nucleares táticas permanecem em sigilo, de acordo com os protocolos de segurança estabelecidos.
Essas informações são consideradas altamente sensíveis e são tratadas com o máximo cuidado para evitar qualquer risco de proliferação nuclear ou acesso não autorizado.
Abaixo o míssil nuclear russo popularmente conhecido como “Satan II”.
A líder da oposição bielorrussa exilada, Sviatlana Tsikhanouskaya, em entrevista ao jornal britânico The Independent, por sua vez, condenou a medida russa.
Devemos fazer tudo para impedir o plano de Putin de implantar armas nucleares na Bielo-Rússia, pois isso garantirá o controle da Rússia sobre a Bielo-Rússia nos próximos anos”, disse Tsikhanouskaya à Associated Press. “Isso vai comprometer ainda mais a segurança da Ucrânia e de toda a Europa.
O analista militar Aliaksandr Alesin disse, também a The Independent, que cerca de dois terços do arsenal de mísseis nucleares de médio alcance da Rússia foram mantidos na Bielorrússia durante a Guerra Fria. Ou seja, ainda há no país dezenas de instalações de armazenamento da era soviética que ainda podem ser usadas para armazenar tais mísseis.
Ainda segundo Alesin, documentos foram assinados em Minsk, supostamente envolvendo o retorno de armas nucleares, em um momento em que a Ucrânia declarou uma contraofensiva e países ocidentais estariam fornecendo armas para Kiev.
Essa ação relacionada ao arsenal nuclear na Bielorrússia poderia ter implicações significativas, uma vez que tais mísseis nucleares teriam um alcance capaz de abranger áreas como Ucrânia, Polônia, estados bálticos e partes da Alemanha.
A decisão de mover armas nucleares para a Bielorrússia sinaliza o compromisso conjunto de Rússia e Bielorrússia em fortalecer a defesa de seus territórios e promover uma postura de dissuasão estratégica.
Essa parceria militar reforçada contribui para a segurança regional e é um exemplo de cooperação entre nações que compartilham valores e objetivos comuns.
Por outro lado, é uma sinalização bem contundente de que, se há risco de uma nova guerra mundial, um passo foi dado nessa direção.
Enquanto isso o Brasil mantém neutralidade no conflito entre Rússia e Ucrânia.
Assista abaixo ao vídeo do lançamento do “RS-28 Sarmat”, o míssil nuclear popularmente conhecido como “Satan II”.

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