Os líderes da França e da Itália pediram, nesta terça-feira (26), uma reforma do Tratado de Schengen, que permite a livre circulação de pessoas entre a maioria dos países da União Europeia (UE).
e o premiê italiano Silvio Berlusconi se encontraram para discutir a recente onda migratória do Norte da África rumo à Europa, em meio à onda de revoltas populares contra o governo nos países norte-africanos.
A Itália desagradou os franceses ao dar vistos a milhares de imigrantes, permitindo que eles se dirijam a outros países europeus graças ao Tratado de Schengen. O destino final de muitos desses imigrantes – em especial dos tunisianos – é a França, onde têm parentes e conhecidos.
Só a Itália já recebeu 25 mil imigrantes até agora em 2011.
Tanto Berlusconi quanto Sarkozy enfrentam pressão política interna para restringir a entrada de estrangeiros, principalmente por parte de partidos de extrema direita que se opõem à imigração.
Em coletiva em Roma nesta terça-feira, os líderes disseram que nem a Itália nem a França pretendem pôr fim ao Tratado de Schengen. “Mas, em circunstâncias excepcionais, acreditamos que deveria haver variações ao tratado. E decidimos trabalhar juntos nisso”, declarou Berlusconi.
O premiê italiano disse também que ele e Sarkozy escreveram uma carta conjunta ao Conselho Europeu pedindo uma revisão do tratado. Os dois países também pretendem pedir ao governo tunisiano que colabore tentando dissuadir imigrantes da viagem à Europa, disse Berlusconi.
Para Sarkozy, uma reforma no Tratado de Schengen é necessária para a sobrevivência do acordo. “Temos o euro, reformamos a economia europeia. Gostaria de ver a mesma coisa feita pelo Schengen.”
O Tratado, criado em 1985 e colocado em prática uma década depois, permite que residentes legais da maioria dos países da União Europeia, além de Suíça, Noruega e Islândia, viajem pelo continente com mínimas checagens nas fronteiras.
Agência Brasil