O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, quer propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua visita ao Brasil, marcada para 23 de novembro, uma nova dimensão nas relações econômicas e culturais entre os dois países.
O vice-ministro de Assuntos de América do Irã, Alireza Salari, disse à Agência Brasil que seu país espera elevar dos atuais US$ 2 bilhões para US$ 15 bilhões o fluxo de comércio, com novos acordos envolvendo as áreas de petroquímica, produção de gás, adubos, medicina e energia nuclear.
O Brasil é o oitavo fornecedor do Irã, com uma diversificada pauta de exportações que vai de alimentos a carros e minérios. As pequenas importações brasileiras concentram-se em produtos como sal, enxofre, frutas secas, tapetes, peles e combustíveis.
“Houve uma troca de documentos. Estamos em fase final de negociações para elevar as atuais relações de simples comércio a relações econômicas mais amplas”, disse Salari, que vem tratando do assunto no Brasil com o subsecretário-geral de Assuntos Políticos do Itamaraty, Roberto Jaguaribe.
Também estarão na pauta de negociações a troca de tecnologia e a concessão de vistos nos dois países. Os iranianos podem fornecer adubo ao Brasil e o Brasil pode passar a tecnologia da produção de alimentos.
Salari acha que há complementaridade das duas economias, além do interesse especial na produção de energia nuclear para fins pacíficos.
“A partir do desenvolvimento nuclear, o Irã já produziu diversos medicamentos e três deles estão sendo comercializados em vários países da Ásia e na Venezuela”.
Segundo Salari, há três ou quatro tipos de remédios para combate ao câncer e um para tratamento do diabetes. Oitenta por cento dos remédios são produzidos no próprio país. “São medicamentos que estão à disposição para serem exportados ou produzidos no Brasil”.