A chamada supercomissão do Congresso norte-americano, cujo objetivo era fechar um acordo para cortar US$ 1,2 trilhão (cerca de R$ 2,1 trilhões) no Orçamento em um prazo de dez anos, fracassou em suas negociações e aumentou o nervosismo nos mercados globais, já assustados com a crise na Europa.
Criada em agosto, em meio ao acordo de última hora que permitiu elevar o teto da dívida pública americana, a supercomissão é formada por seis democratas e seis republicanos e tem prazo até amanhã (23) para apresentar uma proposta.
Porém, para que esse prazo fosse cumprido, seria necessária a apresentação de uma proposta ontem (21), a ser submetida ao escritório de Orçamento do Congresso 48 horas antes da data final. No entanto, nos últimos dias já ficou claro que o grupo não vai conseguir chegar a um consenso, e membros dos dois partidos vêm trocando publicamente acusações sobre os motivos do fracasso.
As divergências são as mesmas já manifestadas em outras negociações no Congresso: de um lado, os republicanos se recusam a aumentar impostos; de outro, os democratas não aceitam determinados cortes em programas sociais.
Com o fracasso da supercomissão, crescem os temores de que agências de classificação de risco reduzam a nota dos Estados Unidos, a exemplo do que a Standard & Poor’s fez em agosto, quando outro impasse no Congresso – desta vez para negociar a elevação do teto da dívida – quase levou o país ao calote.
Aumentam também as dúvidas sobre a saúde da economia americana que, em meio ao impasse político, enfrenta níveis baixos de crescimento, altas taxas de desemprego e uma dívida que não para de crescer e já chega a US$ 15 trilhões (cerca de R$ 27 trilhões).
As dúvidas se refletiram nos mercados financeiros nessa segunda-feira. Wall Street operava em queda, com os problemas nos Estados Unidos somados à crise na Europa. A Bovespa também operava em queda de –1,57% por volta das 16h (horário de Brasília).
Agência Brasil