Haiti deve conhecer hoje resultados provisórios das eleições presidenciais

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Depois de alguns dias de atraso devido a denúncias de fraudes e irregularidades, o Conselho Provisório Eleitoral do Haiti prepara para dia 4/4, o anúncio dos resultados provisórios do segundo turno das eleições presidenciais e legislativas no país. Na corrida presidencial disputaram a ex-primeira-dama Mirlande Manigat, de 70 anos, e o cantor Michel Martelly, de 49. Um deles sucederá o presidente haitiano, René Préval.

Pelo calendário eleitoral, a publicação dos resultados preliminares estava prevista para 31 de março e os resultados definitivos para 16 de abril. Na semana passada, o conselho informou ter identificado um elevado nível de fraudes e irregularidades de diversas naturezas durante a contagem dos votos.

O primeiro turno das eleições presidenciais do Haiti, que ocorreu em 28 de novembro de 2010, foi marcado por atos de violência e por diversas irregularidades. Por sugestão dos observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA), um dos candidatos foi retirado da disputa.

As eleições ocorrem no momento em que dois ex-presidentes, que foram expulsos do país, tentam retornar à cena política. Jean-Bertrand Aristide voltou dia 18  a Porto Príncipe, enquanto Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, retornou no começo deste ano. Ambos são acusados de corrupção e violação de direitos humanos e deixaram o país sob pressão popular. Eles sinalizam que pretendem retornar à atividade política.

Paralelamente, o Haiti tenta vencer as dificuldades causadas pela devastação do terremoto de 12 de janeiro de 2010, que destruiu o país. A situação se agravou ainda mais com a epidemia de cólera que atingiu a região e matou mais de 4 mil pessoas.

Os observadores eleitorais identificaram uma série de problemas às vésperas do segundo turno. Houve denúncias de violência física e verbal. De acordo com depoimentos, os comícios dos candidatos foram interrompidos por causa de ações de manifestantes, atirando pedras e fazendo ameaças à imprensa.

Martelly defende mudanças estruturais na política haitiana, prometendo educação pública de qualidade e mais agilidade na construção de casas populares. Considerada próxima a Préval, Mirlande é apontada como a sucessora que dará continuidade aos programas do atual governo – os apelos internacionais para apoio ao país, por exemplo.

 

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