Os presidentes e primeiros-ministros de países do G8 (que reúne os Estados Unidos, o Japão, a Alemanha, o Reino Unido, a França, a Itália, o Canadá e a Rússia) defenderam hoje (27) os esforços para ampliar o diálogo político e as parcerias mundiais. No comunicado final, divulgado pelas autoridades, o texto informa que é necessário buscar “um crescimento forte, sustentável e equilibrado no âmbito do processo de avaliação mútua”.
Para negociadores brasileiros, o texto é uma resposta à reivindicação dos países emergentes para ter mais espaço na sucessão do comando do Fundo Monetário Internacional (FMI) com a renúncia do diretor-gerente Dominique Strauss-Kahn. A escolha para o comando do FMI ocorrerá em 30 de junho e os europeus insistem em manter-se à frente do órgão. A reação ocorre no momento em que se agravam as denúncias de medidas protecionistas envolvendo europeus e norte-americanos.
Os líderes mundiais defenderam ainda a redução dos preços das commodities dos alimentos em nome da busca pelo fim dos “desequilíbrios externos”. De acordo com o comunicado, a recuperação da economia mundial está baseada na redução de riscos e nos estímulos ao crescimento sustentável capazes de gerar oportunidades de emprego. O comunicado final foi divulgado após a reunião em Deauville, no interior da França.
“Nós concordamos em manter o foco sobre as medidas necessárias para reforçar a sustentabilidade das finanças públicas para reforçar o emprego e promover a recuperação, reduzindo riscos e garantindo o crescimento sustentável e equilibrado”, diz o texto.
No comunicado, os líderes destacam a decisão sobre o pacote de medidas aprovado pela União Europeia (UE) para enfrentar a crise financeira que atingiu a região, em especial a Grécia, a Espanha, além de Portugal. “Vamos continuar a abordar a situação com determinação e prosseguir na consolidação orçamental rigorosa ao lado de reformas estruturais para sustentar o crescimento.”
Os líderes elogiaram o empenho do governo japonês em adotar medidas extraordinárias para a reconstrução do país, depois do terremoto seguido por tsunami, em 11 de março. Mais de 25 mil pessoas desapareceram ou morreram. “Estamos determinados a tomar as medidas necessárias, individualmente e coletivamente, para enfrentar os desafios atuais”, traz o comunicado.
No texto, os representantes do G8 apelam para a unidade mundial em torno das causas comuns. “Ressaltamos a importância da cooperação internacional na investigação, no aproveitamento dos recursos e no estímulo de talentos para encontrar soluções para desafios comuns. Vamos melhorar a cooperação global na área de pesquisas e olhar para a frente”, diz o documento.
Para os líderes, é fundamental estimular o crescimento econômico por meio do desenvolvimento sustentável. “O crescimento verde representa uma promissora fonte de criação de emprego para as nossas sociedades e oferece perspectivas importantes para os inovadores e exportadores de todas as economias”, diz o comunicado.
Agência Brasil