França declara guerra ao Estado Islâmico e investigação se estende à Bélgica

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Imagens ilustrativas
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Paris, 14 Nov 2015 (AFP) – A França está em guerra e atacará o Estado Islâmico até destruí-lo, afirmou neste sábado o governo francês depois que o grupo jihadista radical assumiu os atentados que na noite de sexta-feira deixaram 129 mortos e 352 feridos, sendo que 99 em estado grave.

“Quero dizer aos franceses que estamos em guerra. Sim, estamos em guerra e vamos atuar e atingir esse inimigo jihadista para destruí-lo na França, na Europa, na Síria e no Iraque”, afirmou primeiro-ministro francês Manuel Valls.

O EI reivindicou a carnificina sem precedentes ocorrida em Paris e qualificada de “ato de guerra” pelo presidente François Hollande, que provocou um grande choque em um país já atingido por atentados jihadistas há 10 meses.

“Oito irmãos usando cintos explosivos e armados com fuzis atacaram locais cuidadosamente escolhidos, no coração de Paris”, afirma o comunicado, publicado em duas versões, em árabe e em francês.

“O que aconteceu ontem foi um ato de guerra cometido pelo Daesh (acrônimo em árabe de EI). Ele foi preparado, organizado, planejado no exterior, com cúmplices internos que a investigação deverá estabelecer”, declarou Hollande durante uma breve alocução no palácio do Eliseu.

“Que a França e aqueles que seguem seu rumo saibam que serão os alvos principais do Estado Islâmico”, advertiu ainda a organização jihadista.

Membro coalizão internacional contra o EI, a França bombardeia alvos no Iraque há mais de um ano e na Síria desde setembro.

Ramificação belgaAs investigações da bem coordenada série de atentados tiveram alguns elementos revelados neste sábado pelo procurador-geral François Molins.

“Sete terroristas morreram no curso de suas ações criminosas”, afirmou, em uma coletiva de imprensa.

Os locais dos ataques foram a casa de shows Le Bataclan, outros quatro pontos do leste da capital e as imediações do Stade de France, onde Hollande assistia uma partida amistosa entre as seleções da França e da Alemanha.

Molins fez um relato cronológico dos seis atentados que começaram às 21H20 local (18H20 de Brasília) com a explosão de um primeiro camicase perto do Stade de France e concluíram depois da meia-noite, com o a resposta das forças de segurança francesas à tomada de reféns realizada por três indivíduos no Bataclan. A agressão resultou em 89 mortos, inclusive a dos dois camicases que detonaram seus cinturões de explosivos. O terceiro foi abatido pela polícia.

Os extremistas atuaram em três grupos e usaram ao menos dois veículos de cor negra, um Seat e um VW Polo, este último com matrícula belga.

O Polo foi alugado na Bélgica por um francês interpelado neste sábado pelas autoridades belgas junto a outras duas pessoas, todas residentes neste país e desconhecidas dos serviços antiterroristas francese.

Segundo o procurador, os atacantes evocaram a situação na Síria e no Iraque ao se dirigir aos reféns no Bataclan. Usaram fuzis de guerra Kalashnikov com balas de 7,62 mm e explosivos TATP de peróxido de nitrogêneo em seus coletes.

Um dos atacantes do Bataclan foi formalmente identificado graças às impressões digitais de um dedo cortado pela explosão autoinfligida pelo terrorista.

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