O diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirmou hoje (2) que a instituição vai ajudar a reconstruir a economia do Egito. Desde a semana passada, o presidente egípcio, Hosni Mubarak, enfrenta manifestações contrárias ao governo que se espalharam das ruas do Cairo para o resto do mundo. Com isso, há toque de recolher, clima de incerteza e desabastecimento de alguns produtos.
A oposição egípcia espera reunir hoje 1 milhão de pessoas nas ruas das principais cidades do país. Nesta manhã, mais de 5 mil manifestantes tomaram conta do centro do Cairo. Os gritos de protesto estão em toda parte, assim como cartazes e fotos de Mubarak. Os manifestantes querem que ele deixe o poder.
Strauss-Kahn se disse preocupado com o agravamento dos desequilíbrios globais, referindo-se às tensões políticas em áreas como o Egito, a Tunísia e o Congo. Segundo ele, esses desequilíbrios ameaçam a “frágil” recuperação econômica.
“Embora a recuperação esteja em curso, não é a recuperação que nós queríamos”, disse, acrescentando que o que está a acontecer é “uma capa das tensões e pressões”, que pode “até plantar as sementes da próxima crise”.
“O FMI está pronto para ajudar a desenvolver o tipo de política que poderá ser executada neste país”, disse Strauss-Kahn. “Embora o crescimento permaneça inferior ao seu potencial nos países desenvolvidos, as economias emergentes e os países em desenvolvimento crescem muito mais rapidamente e alguns poderão estar prestes a entrar num estado de ‘sobreaquecimento’”, afirmou.
Strauss-Kahn disse ainda que esses desequilíbrios globais “representam risco para a sustentabilidade da recuperação”, adiantando que outro desequilíbrio preocupante é o aumento do número de desempregados em alguns países.
Agencia Brasil