Ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos tiveram como alvo nesta terça-feira combatentes do grupo Estado Islâmico, que avançam contra uma cidade curda perto da fronteira entre Síria e Turquia, informaram ativistas.
A cidade fronteiriça de Kobani, também conhecida como por seu nome árabe, Ayn Arab, e vilas próximas estão sob ataque do Estado Islâmico desde meados de setembro. Os combates levaram cerca de 150 mil curdos a fugir para a Turquia, um dos maiores êxodos individuais da guerra civil síria, que está em seu quarto ano.
A eficiência do ataque em conter o avanço dos militantes islâmicos não estava clara. Nos últimos dias, os extremistas entraram cerca de cinco quilômetros no território da cidade e começaram a atacá-la com morteiros e disparos de artilharia.
O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo ativista sediado em Londres, disse que os ataques atingiram combatentes do Estado Islâmico no leste e oeste de Kobani nesta terça-feira. Os Comitês de Coordenação Locais (CCL), outro grupo ativista, confirmaram a realização dos ataques aéreos nas proximidades da cidade.
Os dois grupos atribuíram os ataques à coalizão liderada pelos Estados Unidos que, assim como seus aliados, não haviam confirmado as ações.
Em solo, os confrontos desta terça-feira se concentrou na parte leste de Kobani, disse Ahmad Sheikho, ativista que opera na fronteira entre Síria e Turquia. Ele disse que membros da milícia curda local destruíram dois tanques pertencentes ao Estado Islâmico.
A situação em Kobani era “muito difícil”, segundo Nawaf Khalil, porta-voz do partido União Democrática Curda (PYD).
Nas proximidades de Kobani, militantes do Estado Islâmico capturaram nesta terça-feira a vila deserta curda Siftek e aparentemente a estavam usando como quartel-general, de onde podem lançar ataques contra Kobani.
Os combates podiam ser vistos do topo de um morro no lado turco da fronteira, na região de Karacabey.
Observatório disse que os confrontos nas proximidades de Kobani deixaram 57 mortos somente na segunda-feira, dentre eles combatentes curdos e militantes do Estado Islâmico.
Em outros pontos da Síria, o Observatório relatou ataques aéreos num campo pertencente ao Estado Islâmico na província leste de Deir el-Zour, que faz fronteira com o Iraque, e perto da cidade de Tel Abyad, que é comandada pelos extremistas e fica na fronteira com a Turquia. Os CCL também relataram ataques contra complexos do Estado Islâmico em el-Zour e na província de Raqqa, ao norte.
Agência Estado.