Chilenos protestam contra homenagem a militar acusado de violações durante a ditadura

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A homenagem ao brigadeiro da reserva Miguel Krassnoff, ex-integrante da Polícia Secreta do governo de Augusto Pinochet (1973-1990) e condenado a 144 anos de prisão por violação a direitos humanos, gerou revolta e protestos ontem (21) no Chile. Cerca de 500 manifestantes ocuparam as ruas da Providência, cidade próxima a Santiago, para protestar contra a homenagem prestada ao militar da reserva pela prefeitura.

Policiais e manifestantes se enfrentaram quando houve tentativas das pessoas de entrar no clube no qual ocorria a homenagem. Houve uso de bombas de água e força. O diretor do Clube Providência, Alfonso Márques de La Plata, que coordenou a homenagem a Krassnoff, condenou as reações contrárias ao ato.

Porém, o advogado Héctor Salázar, que defende vários parentes e vítimas da ditadura chilena, disse que as denúncias que pesam contra Krassnoff são inúmeras e incluem todos os tipos de violações aos direitos humanos. Segundo ele, o militar da reserva era um dos comandantes da Polícia Secreta chilena.

A homenagem ao brigadeiro da reserva ocorreu no mesmo dia em que era lançada a quarta edição do livro Miguel Krassnoff: Prisioneiro de Servir ao Chile. De acordo com investigações, Krassnoff está envolvido no assassinato do cantor Victor Jara e do líder do Movimento Revolucionário de Esquerda, Miguel Enriquez.

Um dos mais temidos ditadores da América Latina, Pinochet governou o Chile por 17 anos com o apoio das Forças Armadas e da Polícia Secreta – de 1973 a 1990. O general comandou o golpe militar que derrubou o governo do presidente socialista, Salvador Allende. Foi acusado de uma série de crimes, como o desaparecimento de mais de 3 mil pessoas durante a ditadura.

 

Agência Brasil

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