Brasil não aceita repressão na Síria, mas vê evolução positiva nas negociações com Assad

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O agravamento da violência na Síria é motivo de preocupação das autoridades brasileiras. Porém, a autorização do presidente sírio, Bashar Al Assad, para que três representantes estrangeiros verifiquem as condições de respeito aos direitos humanos no país é considerada positiva pelo Brasil. Um dos observadores será o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, enviado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que atuará junto com um representante da Turquia e uma dos Estados Unidos.

No entanto, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Tovar Nunes, reiterou à Agência Brasil que o governo brasileiro repudia os atos de violência cometidos contra civis e as denúncias de violação de direitos humanos, assim como a repressão. “Não aceitamos as violações, mas avaliamos como um progresso a autorização da presença das autoridades estrangeiras na Síria”, disse.

Tovar acrescentou que o governo brasileiro defende a busca de uma “solução pacífica e negociada” para o fim do impasse na Síria. Há oito meses, manifestantes e policiais se enfrentam nas principais cidades sírias. Os protestos são contra o governo Assad e há denúncias de abusos e corrupção. A comunidade internacional cobra de Assad a suspensão da violência e o diálogo com os opositores.

Paralelamente, a delegação brasileira na ONU acompanha a votação de uma resolução crítica ao governo Assad. A medida é negociada pelo Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas. No mês passado, quando houve discussão semelhante no Conselho de Segurança da ONU, o Brasil se absteve. Os representantes da Rússia e da China rejeitaram a proposta.

Em momentos anteriores, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que o Brasil rejeita medidas que interfiram na soberania e autonomia dos países. Há três meses o subsecretário-geral para África e Oriente Médio do Itamaraty, Paulo Cordeiro de Andrade Pinto, foi à Síria verificar a situação in loco.

Os confrontos na Síria, segundo a ONU, mataram mais de 3,7 pessoas desde março deste ano. A Liga Árabe, a União Europeia, os Estados Unidos, o Canadá e a França – os três últimos isoladamente – exigem de Assad a abertura das negociações e a permissão de estrangeiros no país.

 

Agência Brasil

 

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