O esquema do Ministério da Defesa para a atuação durante a visita do papa Francisco é grande: 10.266 militares estarão envolvidos na operação. Outros 4 mil permanecerão em alerta, elevando o dispositivo para perto de 15 mil – cerca de 7 mil homens e mulheres das Forças Armadas a mais que o estimado há apenas duas ou três semanas.
O custo de toda a movimentação, de acordo com a estimativa oficial para os grandes eventos, está na faixa dos R$ 70 milhões. O total de investimentos cobrindo desde a conferência ambiental da ONU, a Rio+20, até a Olimpíada, em 2016, vai bater em R$ 710 milhões – a metade da previsão inicial, de 2010.
O papa Francisco poderá escolher para seu deslocamento mais longo, do Rio a São Paulo, um dos dois aviões presidenciais VC-2, a versão especial do Emb-190 da Embraer. O grande jato tem uma ala reservada, com sanitário completo e camarote privativo, área isolada para reuniões e uma seção separada, com 36 lugares em classe executiva. As comunicações são protegidas. Há telas de LED e cristal líquido em todas as dependências com recepção digital.
É uma oferta – o jesuíta Bergoglio, com seu estilo próprio, pode optar por fazer toda a viagem de helicóptero. E, nesse caso, terá à sua disposição seis deles, entre os quais o moderno Super Cougar EC-725, da Helibras, entregue faz menos de um ano para uso da Presidência. A viagem será na quarta-feira, dia 24.
A versão final do plano da Defesa ficou pronta ontem à tarde. A Aeronáutica ativou 600 oficiais e soldados. Vai tratar dos deslocamentos do papa e da segurança do espaço. Caças supersônicos F-5M, turboélices Super Tucano, aeronaves de transporte de passageiros, helicópteros e dois veículos aéreos não tripulados (Vants) permanecerão no ar durante todo o tempo em que Francisco estiver no País. Durante as celebrações públicas, em Guaratiba e Copacabana, a área vetada ao sobrevoo será de 100 quilômetros.
A Marinha criou um grupo especial para a missão – serão ativados 1.924 militares e uma força tarefa que pode movimentar até 30 diferentes navios, liderados por uma fragata classe Niterói, embarcações diversas, quatro ou cinco helicópteros, perto de 150 veículos e ao menos dois blindados pesados tipo Clanf, o mesmo empregado na ocupação do Complexo do Alemão.
O Exército, com 7,5 mil militares, terá a incumbência mais ampla. Vai cuidar das estruturas estratégicas, 20 delas, como estações de abastecimento de água, sistemas de transporte, centros de geração de energia e de telecomunicações.
Agência Brasil