O embaixador do Brasil na Síria, Edgard Antonio Casciano, deve ser mantido em Damasco como sinalização que o governo brasileiro está disposto a cooperar com o diálogo em busca do fim do impasse no país. A exemplo da Turquia, que comanda as negociações de paz na região, o Brasil vai manter a representação diplomática na Síria para dar suporte aos cerca de 3 mil brasileiros que vivem no país.
Porém, o Itamaraty está atento à espera requerimento de indicação, que é um instrumento de que dispõe o Legislativo para sugerir a outro Poder a adoção de providências, encaminhado pelo vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Arnaldo Jordy (PPS-PA).
No dia 24, Jordy defendeu a retirada do embaixador brasileiro de Damasco como reação política ao agravamento da violência e do desrespeito aos princípios democráticos e aos direitos humanos no país. Para o deputado, acontecimentos recentes na região tornam “inadmissível” a presença do diplomata brasileiro na capital síria. Seria uma forma de pressionar o presidente sírio, Bashar Al Assad, a negociar com a oposição e os manifestantes, disse Jordy.
Ao longo dos últimos dias, os governos dos Estados Unidos, da França, da Itália, do Reino Unido e do Egito convocaram seus embaixadores na Síria e determinaram que deixassem Damasco. O governo brasileiro acompanha de perto as negociações para encerrar o impasse na Síria.
Embaixadores do Brasil participaram da reunião do grupo Amigos da Síria, na Tunísia, que debateu o assunto. O chanceler Antonio Patriota foi para a Turquia para discutir sobre as tensões no mundo árabe e a Síria dominou os debates. Frequentemente, ele conversa com líderes da Liga Árabe, que reúne 22 países, e conduz o processo de negociação com Assad.
Agência Brasil