A ministra da Comunicação da Bolívia, Amanda Dávila, disse que o bloqueio aéreo do avião do presidente Evo Morales foi o primeiro caso, em tempos de paz, de” terrorismo de Estado”. Segundo ela, no episódio, houve risco para a vida do presidente, eleito democraticamente.
Em entrevista coletiva no palácio do governo, Amanda disse que o bloqueio aéreo feito na semana passada por quatro países europeus – Itália, Portugal, França e Espanha, “‘por pressão dos Estados Unidos” – não tem precedente no cenário internacional.
Na entrevista, a ministra comunicou que o governo da Bolívia convocou os representantes diplomáticos da Itália, de Portugal, da França e da Espanha para darem explicações sobre a proibição do sobrevoo do avião de Morales em seu espaço aéreo.
“Especialistas em direitos humanos e em tratados internacionais assinalam que este é o primeiro caso na história contemporânea de um país que recebe um ataque massivo de quatro países – de cinco, se forem incluídos os Estados Unidos – em época de paz, de uma maneira inaceitável e condenável”, afirmou a ministra.
Para ela, o bloqueio aéreo ao presidente boliviano é um caso de “terrorismo de Estado” praticado por membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). “Não é casual que os países que vetaram o uso de seu espaço aéreo pelo presidente Evo Morales sejam membros da Otan.”
Amanda Dávila acrescentou que o governo boliviano tomará todas as providências necessárias até receber uma explicação clara desses países. A ministra lembrou que já foi encaminhada à Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas denúncia sobre a violação de direitos do presidente e de desrespeito a tratados internacionais. Ela aproveitou para agradecer às cartas de apoio recebidas de partidos políticos e de organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), a União de Nações Sul-Aamericanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos.
O caso do bloqueio ao avião de Morales ocorreu no início da última semana. Autoridades da França, da Itália, da Espanha e de Portugal não autorizaram do avião do presidente, que vinha de Moscou, a cruzar o espaço aéreo, alegando suspeitas de que o ex-funcionário da CIA (agência de inteligência dos Estados Unidos) Edward Snowden estava a bordo. A aeronave foi forçada a fazer um pouso de emergência na Áustria, onde, segundo fontes bolivianas, foi revistado.
Agência Brasil